Está um calor tropical no dia em que conhecemos a Quinta do Paraíso. O céu carregado de nuvens, temperatura acima dos 30 graus e aquela constante ameaça de chuva que nunca acontece – e que nos refrescaria tanto. Podemos dizer que o clima condiz com os donos da propriedade: os cariocas que, enquanto pedalavam na serra da Arrábida, se apaixonaram pela paisagem e decidiram ter uma casa de férias em Portugal.
A história é contada de forma divertida e acelerada por Luísa Arantes, a pessoa que faz toda a engrenagem funcionar, enquanto espera pelo camião que vai engarrafar o vinho da última vindima. Pedro Marques, o enólogo do projeto, e Beto Sicupira, o proprietário da Quinta, chegam entretanto para nos levar a conhecer as vinhas velhas, que, à volta da propriedade, foram descobrindo e alugando – ou comprando – para recuperar um património quase perdido. Estamos a falar de parcelas pequenas, pouco rentáveis para os proprietários, mas com um valor incalculável para este enólogo, que gosta de trabalhar, sobretudo, as vinhas. “Foi um match perfeito. Eu sabia!”, regozija-se Luísa ao almoço, quando nos conta que foi ela que apresentou Pedro a Beto.