O livro da cerveja
O Guinness Book, o famoso livro dos recordes, não tem o mesmo nome da cerveja irlandesa – que, já agora, tem quase 300 anos de história – por mero acaso.
A verdade é que o livro dos recordes nasce de uma ideia de Sir Hugh Beaver, diretor-geral da cervejeira. Em 1951, Hugh Beaver envolveu-se numa discussão sobre o pássaro mais rápido da Europa e verificou que nenhum livro trazia resposta a este tipo de dúvidas.
Em 1954, teve a ideia de uma campanha promocional para a cerveja Guinness cuja base era a resolução das discussões típicas de pub, semelhantes àquela que ele tinha tido. Qual é o mais rápido, o mais forte, o mais alto e o mais baixo, etc.
Norris e Ross McWhirter, que dirigiam uma agência de procura de factos em Londres, ficaram incumbidos da tarefa.
O primeiro Livro dos Recordes foi lançado a 27 de agosto de 1955, na Grã-Bretanha. Tinha 198 páginas e foi um sucesso.
Desde essa altura, já foram vendidas cerca de 100 milhões de cópias do livro, em mais de 100 países e em 37 línguas.
A edição portuguesa surgiu na década de 70 do século passado.
Poste de barbeiro
Pequenos cilindros giratórios com riscas em branco e vermelho, e também azul, sinalizam hoje grande parte dos espaços onde é possível cortar o cabelo e fazer a barba.
O uso de símbolos que revelam o que um local oferece tem muitos séculos; é até, em muitos casos, a origem daquilo a que hoje chamamos os logótipos.
Este não parece fugir à regra.
Na Idade Média, as barbearias não eram apenas os locais para cortar o cabelo e fazer a barba. Eram também o sítio onde se arrancavam dentes, se faziam sangrias e outro tipo de “procedimentos médicos”. Aliás, ainda há algumas dezenas de anos era possível, em certas terras portuguesas, encontrar reminiscências destes tempos.
Voltando à nossa história: consta que as cores presentes revelavam se aquele barbeiro fazia ou não os tais procedimentos da área da saúde, dado que, supostamente, o vermelho representa o sangue arterial, o azul é o símbolo do sangue venoso e o branco retrata as ligaduras.
Há até quem vá mais longe e diga que a origem virá mesmo do facto de os barbeiros dessa altura colocarem as ligaduras penduradas como forma de publicidade, inclusive as já usadas. Com o vento, as ligaduras ensanguentadas retorciam-se e formavam o padrão que hoje encontramos em tantas barbearias.
O que, convenhamos, tendo alguma lógica, não deixa de ser um bocado assustador, mas é, ao mesmo tempo, engraçado, dado que os locais que hoje mais utilizam este sinal são aqueles que tentam mostrar que estão in.
*“A Vida Pouco Secreta das Marcas” resulta de uma parceria com a Rádio Radar 97.8 FM. Todos os episódios podem ser ouvidos em radarlisboa.fm/podcasts/ ou nas principais plataformas de podcast