Se há um problema, tem de haver uma solução. É mais ou menos assim que pensam todos os engenheiros, e Greg Lambrecht (com formação em Engenharia Nuclear e em Engenharia Mecânica) não é diferente dos demais. Em 2013, lançou o sistema Coravin, que, com uma agulha oca, perfura as rolhas de cortiça, garantindo acesso ao vinho. Ao servi-lo, preenche o espaço deixado na garrafa por um gás inerte – árgon, no caso –, assegurando a sua preservação, na medida em que impede a entrada de oxigénio. A elasticidade da rolha garante, por fim, que a garrafa volta a ficar vedada assim que se retira a agulha. Isto significa que pode beber um copo de vinho, guardar a garrafa na adega e voltar a ela várias semanas, meses ou anos depois (ver caixa da pág. 128).
“Queria ter um programa de vinho a copo em casa”, diz o inventor do sistema Coravin, em entrevista à EXAME. “Queria separar a quantidade de vinho vendida da quantidade de vinho a ser consumida.” Porque, se abrir uma garrafa de vinho com amigos faz sentido (uma vez que, à partida, será totalmente consumida), o mesmo não acontece no dia a dia. “E se eu quiser um copo de branco e, depois, um copo de tinto e ainda um de Sauternes? Ou se a minha mulher quiser um vinho e eu quiser outro, ou ainda se eu não souber se um vinho já está pronto para ser bebido?”, pergunta. Todas estas questões precederam o desenvolvimento do Coravin, no final da década de 1990.