Os veículos elétricos ganham cada vez mais força e ameaçam retirar a hegemonia ao reinado de mais de um século dos automóveis de combustão interna. As vendas têm crescido de forma exponencial. Estima-se que, em 2025, um em cada três carros vendidos no mundo será 100% elétrico. E se analisarmos apenas a Europa, o crescimento ainda está a ser maior. Em 2018, venderam-se 200 mil veículos com emissões zero. No ano passado este número atingiu os 1,7 milhões.
Uma revolução tão grande que, pela primeira vez na história deste setor, há novas marcas a entrar e a conquistar mercado, como a Tesla ou a chinesa BYD. Ameaçadas por estes novos “players”, os grandes construtores desdobram-se em esforços e definem estratégias agressivas para lançar novos e modernos modelos 100% elétricos, de forma a não perder a sua posição num mercado altamente competitivo. Para os próximos anos estão previstos investimentos de mais de 500 mil milhões de euros no desenvolvimento destas novas tecnologias.
Mas os carros “amigos do ambiente” também enfrentam graves problemas, nomeadamente com as baterias, devido ao elevado preço das matérias-primas necessárias para as fabricar. Algumas startups começam a agora a desenvolver um novo negócio de reciclagem de baterias, conseguindo recuperar entre 80% a 95% dos minérios raros alí utilizados.
No meio de toda esta batalha, Portugal enfrenta um problema ainda mais grave. Em causa pode estar um setor que representa mais de 6% do PIB e 18% das exportações. Muito focado nos carros tradicionais, o nosso cluster automóvel precisa de se renovar para conseguir ganhar o seu espaço nesta nova indústria do carro do futuro. A EXAME faz uma análise de toda a situção, trazendo-lhe nesta edição um extenso e completo dossiê que ficará para o futuro.
Dez anos passados sobre as privatizações feitas durante o período da troika, fizemos ainda o balanço da venda de participações do Estado em empresas como a EDP, REN, ANA e CTT. Das receitas de €7,15 mil milhões à perda de dividendos para o Tesouro, passando pela influência pública em empresas estratégicas para a economia nacional, como fica o Deve e o Haver destas operações? O jornalista Rui Barroso fez as contas.
Nesta edição contamos-lhe ainda a história da Carmo Wood, uma empresa portuguesa especialista em madeira. Líder em França no mercado de estruturas de madeira para suporte agrícola, a Carmo Woods inaugurou, frente ao Museu do Vinho de Bordéus, um projeto pioneiro: os primeiros escritórios flutuantes daquele país. Uma obra que começou em 2019, mas que acabaria por “afundar” devido ao furacão Fabien. Trinta meses e mais um milhão de euros depois, a empresa de Jorge Milne e Carmo, inaugurou finalmente os 600 m2 de escritórios que flutuam no “Le Lac” desta cidade gaulesa e a EXAME esteve lá para lhe contar os pormenores.
Em entrevista neste número, Ricardo Valente, vereador da Câmara Municipal do Porto, explica à jornalista Cesaltina Pinto como a autarquia está a criar um desígnio estratégico para a região Norte, que passa por agregar interesses de empresas universidades e concelhos para escalar a economia e ganhar peso político.
Mas há muito mais para ler nesta edição de setembro. Abordamos a crise “despercebida” que atravessa a economia chinesa, a difícil venda do Palácio da Brejoeira e a história de Gautam Adani, já apelidado de Rockefeller indiano. Temos ainda uma análise profunda ao mundo das plataformas de streaming, que atravessam a sua primeira crise, depois de anos a crescer exponencialmente. As novas apostas, as estratégias e as dificuldades de uma indústria que, depois das dores de crescimento, sente as dores da acalmia depois da bonança.
Temos ainda as habituais montras de vinhos livros e relógios, que mostram as grandes tendências o que há de novo em cada uma destas áreas. Por fim, na rubrica automóvel testamos a versão 2022 do icónico roadster da Mazda, o MX-5, para tentar descobrir o segredo da longevidade de um modelo que já conta com mais de 30 anos de história e continua a conquistar as novas gerações.
Uma grande diversidade de temas que decerto não vai querer perder neste regresso das férias. Boas leituras!