Mesmo que as previsões mais catastróficas acerca do futuro do trabalho não se confirmem, ninguém tem dúvidas que entrámos numa fase de aceleração na automatização do mercado de trabalho, com empregos e funções que deixarão de existir. Uma transformação que deverá afetar especialmente Portugal.
Os dados citados por Paula Panarra durante a sua intervenção na conferência “O Futuro do Trabalho” realizada na AESE Business School – onde também decorreu o evento Melhores Empresas para Trabalhar – apontam para termos “um potencial de automação acima da média”. Entre 4,5 milhões de empregados, 1,8 milhões “terão de mudar de emprego ou melhorar as suas qualificações”. Uma mudança exigente para pessoas que passaram décadas a desempenhar as mesmas tarefas.
A diretora-geral dia Microsoft Portugal apontou que o trabalho utiliza cada vez mais ferramentas de mobilidade, é mais colaborativo e que os mais jovens veem na escolha de onde querem trabalhar uma expressão dos seus valores. “Cada vez mais, juntamo-nos a empresas, porque nos queremos juntar ao seu propósito”, afirmou.
“Para as novas gerações, o que é inaceitável é não ter isto no local de trabalho. Colaborar em tempo real, poder interagir a qualquer hora em qualquer lugar”, acrescentou.
Perante esta entrada de novas gerações na cultura das empresas, que estão a obrigá-las a adaptarem-se, há o risco de outras serem deixadas para trás. Neste momento, referiu Paula Panarra, já há casos em que cinco gerações diferentes convivem numa mesma empresa.
“O foco tem de ser dado a plataformas de aprendizagem e formação, porque são essas forças de trabalho que têm o conhecimento e a experiência para transmitir a outras gerações” recomendou.