Há uma frase que se repetiu de norte a sul do País, na campanha presidencial de 1958, e que parece anacrónica, tal a sua espontaneidade, inimaginável numa época tão austera: ‘Humberto, Humberto!’, gritavam as pessoas à passagem do general Humberto Delgado. Nos banhos de multidão que pontuaram praticamente todas as suas deslocações, Delgado era acolhido como um furacão. Um homem enérgico, determinado, incansável e sorridente, que havia dito que, se fosse eleito, obviamente demitia Salazar. “O entusiasmo era maior do que o medo”, recorda a jornalista Maria Antónia Palla à VISÃO História, ela que escondeu boletins de voto na cinta para não serem apreendidos pela PIDE (cada candidato imprimia os seus boletins de voto e tinha de se encarregar da sua distribuição).
As memórias desses momentos inesquecíveis da campanha de 1958 são um dos temas da VISÃO História hoje posta à venda, que recorda o General sem Medo na altura em que passam 50 anos sobre o seu brutal assassínio, a 13 de fevereiro de 1965, por uma brigada da PIDE, em Badajoz.
Mas é toda a vida – extraordinária – deste homem, que começou por ser um admirador de Salazar e se tornou na figura que mais fez tremer o ditador, que se recorda nesta edição. Foi ele a figura central da negociação da Base das Lajes, nos Açores, e o fundador da TAP. Já a partir do exílio (seguiu para o Brasil depois de 98 dias fechado na embaixada daquele país em Lisboa), continuou a sua luta contra o regime salazarista.
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