O programa CaixaImpulse Inovação em Saúde 2024, realizado pela Fundação ”la Caixa”, em colaboração com o BPI e em parceria com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, selecionou 29 projetos biomédicos de centros de investigação, hospitais e universidades de Espanha e Portugal. Do total dos premiados, nove são projetos de instituições portuguesas, com um apoio de 850 mil euros.
O financiamento global do programa ascende a 3,4 milhões de euros e tem como objetivo acelerar a transferência destas inovações para a sociedade e para os doentes que delas beneficiam, incentivando ainda à criação de novos produtos, serviços e empresas na área das ciências da vida e a saúde.
O CaixaImpulse Inovação em Saúde é organizado em três fases para melhor corresponder às necessidades dos projetos, dependendo da sua natureza e maturidade. Nesta convocatória, 16 projetos integram a fase 1 (até 50 mil euros); 11, a fase 2 (até 150 mil euros), e 2, a fase 3 (até 500 mil euros).
Investigação nacional de excelência
Foram recebidas mais de 400 candidaturas nesta edição do programa, avaliadas por seis painéis de especialistas e profissionais internacionais nas áreas das ciências da vida e da saúde.
Entre os projetos portugueses financiados, destacam-se: o desenvolvimento de um novo tipo de imunoterapia, baseada em linfócitos T de memória, para tratar tumores sólidos; o desenvolvimento de um dispositivo médico feito de nanocelulose bacteriana para regenerar a cartilagem e tratar a osteoartrite; e desenvolvimento de um método de diagnóstico preciso e não invasivo para o cancro da bexiga, com a integração de ultrassons e da imagiologia e recurso a inteligência artificial (ver caixa “IA em novas terapias e métodos de diagnóstico”).
Próxima edição já arrancou
A convocatória CaixaImpulse de Inovação em Saúde 2025 já começou e o prazo para apresentação de propostas termina a 20 de fevereiro. De recordar que este concurso apoia projetos biomédicos na área da inovação e transferência, ajudando os investigadores na validação e definição da sua estratégia de exploração e valorização para aproximar os resultados da investigação do mercado.
Além do apoio financeiro, os investigadores têm também acesso a formação especializada, mentoria, consultoria e ao apoio de especialistas internacionais em diferentes áreas do ecossistema de inovação.
IA em novas terapias e métodos de diagnóstico
Nova terapia para tratar a doença hepática crónica mais prevalente

Um dos projetos portugueses selecionados incide no desenvolvimento de uma nova terapia para tratar a doença hepática crónica mais comum no mundo – a doença hepática esteatósica associada à disfunção metabólica (MASLD). Liderada por Cecília Rodrigues, investigadora e vice-presidente da FARM-ID – Associação da Faculdade de Farmácia para a Investigação e Desenvolvimento, a pesquisa propõe uma abordagem inovadora que inclui, numa fase inicial, ferramentas computacionais e de Inteligência Artificial (IA).
Método de diagnóstico preciso e não invasivo do cancro da bexiga

Outro dos projetos vencedores prevê o desenvolvimento de um método de diagnóstico preciso e não invasivo para o cancro da bexiga, um dos mais dispendiosos para o sistema de saúde, liderado por Raphaël Canadas, investigador na Universidade do Porto. A pesquisa prevê a identificação de células tumorais na urina através de ultrassons e de imagiologia, técnicas que, ao serem integradas, configurará um dispositivo de baixo custo recorrendo também à IA.
Novo tipo de imunoterapia para tratar tumores sólidos

Para responder ao desafio dos efeitos secundários indesejáveis de algumas das terapêuticas tradicionais para tratar tumores sólidos, o projeto, também vencedor, liderado por Marc Veldhoen, investigador no Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular (GIMM), centra-se num novo tipo de imunoterapia baseada em linfócitos T de memória, que serão capazes de penetrar nos tecidos e eliminar as células cancerosas ou infectadas. Estas células T de memória poderão ser a chave para melhorar as terapias contra o cancro, tornando-as mais direcionadas e eficazes.
CONTEÚDO PATROCINADO POR FUNDAÇÃO “LA CAIXA”