A importância das visitas regulares ao veterinário
Os gatos são considerados os “verdadeiros mestres do disfarce”. Com uma personalidade reservada por natureza, eles têm a tendência a esconder qualquer tipo de fraqueza ou debilidade, aumentando desta forma a sua autodefesa perante qualquer predador ou ameaça. Isto significa que quando neles observamos os primeiros sinais de doença, a realidade é que a patologia poderá já estar num estado bastante avançado.
Por isso mesmo, as visitas de rotina são muito importantes, pois vão permitir ao seu médico veterinário detetar de forma precoce se algo não está bem. Além de manter em dia todos os cuidados básicos de saúde como vacinações, desparasitações, controlo do peso e recomendações nutricionais. Dentro destas incluem-se não só o tipo de alimento como também a quantidade adequada que deverá ser pesada diariamente. O alimento certo, na dose certa, aliados ao exercício físico, são três hábitos saudáveis que os gatos devem adoptar ao longo de toda a vida para se manterem na sua condição corporal saudável, sobretudo após a esterilização. Nesse caso, deverá optar por um alimento adaptado às suas novas necessidades, para continuar a proporcionar nutrientes essenciais e evitar problemas de excesso de peso e aqueles associados ao trato urinário.
Apesar de todas esta razões para levar o gato ao médico veterinário os estudos confirmam que cerca de 50% dos tutores de gatos não os levam à consulta1 e que, mais de metade dos tutores destes animais de estimação afirma só o ter levado para uma consulta depois de o seu gato ter demonstrado sinais clínicos concretos. Há razões para isto acontecer: 38% dizem achar que o problema com o seu gato irá acabar por se resolver sozinho; 22% explicam que a visita ao médico veterinário é stressante para o animal; 17% das decisões de não ir ao veterinário prendem-se com os custos económicos e, finalmente, 14% dos inquiridos dizem que tentam evitar sentir-se pressionados pelos tratamentos a fazer. No entanto, dois em cada três tutores de gatos1 indicam que aumentariam a frequência da visita ao médico veterinário se o considerassem mais fácil de fazer. Fatores como o stress do animal antes da visita, a dificuldade em fazê-lo entrar na caixa transportadora ou o seu desconforto na sala de espera da clínica, são aqueles que mais levam os tutores de gatos a considerarem não ser fácil ir ao médico veterinário.
Uma grande ajuda é habituá-lo desde que é um jovem gatinho. As análises de rotina na clínica veterinária serão cruciais, não só para prevenir doenças, mas também para receber conselhos sobre a sua nutrição, esterilização futura, desenvolvimento ou sobre a importância de outros fatores como o excesso de peso. É importante realizar exames regulares aos gatos e não ir ao médico veterinário apenas quando já estamos a seguir um tratamento. Este cuidado é crucial para garantir a prevenção, a deteção precoce e a redução do impacto de uma possível doença. Pelo que é recomendado levar o gato ao médico veterinário para um check-up e cuidados habituais (vacinação e desparasitação) pelo menos uma vez por ano – duas vezes no caso dos gatos sénior, mais vezes ainda durante o 1º ano de vida. Uma última nota útil: deve ter sempre à mão o número de telefone do seu médico veterinário em caso de emergência.
Dicas para idas tranquilas ao médico veterinário
Os especialistas da Royal Canin reuniram uma série de conselhos para tornar mais fáceis e agradáveis as visitas do seu gato ao médico veterinário.
Inicie visitas regulares desde que são jovens gatinhos: além de ser crucial para garantir o seu correto desenvolvimento e satisfazer as necessidades nos primeiros meses de vida, irá ajudá-los a habituarem-se e irá minimizar o stress logo desde o início e irá ajudá-lo a aceitar com normalidade as visitas ao médico veterinário.
Escolha a caixa transportadora mais adequada: é importante escolher uma boa caixa transportadora, com uma estrutura sólida e que seja segura e estável. Também é vantajoso que tenha várias aberturas, nas áreas superior e lateral, ou que o topo possa ser removido.
Ajudá-lo a habituar-se à caixa transportadora: os tutores devem ajudar o gato a sentir-se confortável aqui desde tenra idade. Para isso, é aconselhável deixar a caixa transportadora aberta, numa área da casa tranquila, para que o gato sinta curiosidade entrar e explorar o seu interior. Além disso, ajudará bastante se colocarem lá dentro um cobertor ou brinquedo que lhes dê uma sensação de conforto e tranquilidade.
Compreender o comportamento do gato: a consulta não é um ambiente familiar para os gatos. Existem muitos fatores externos como a luz e cores, cheiros ou sons que lhes farão aumentar o seu estado de alerta e sentirem-se ansiosos. Para evitar isto, a Royal Canin recomenda cobrir a caixa transportadora com um cobertor ou algo semelhante, bloqueando desta forma a entrada destes estímulos, dando-lhes a sensação de ambiente protegido e de que estão “escondidos” e seguros.
Escolher uma clínica veterinária que seja o mais adaptada possível: os vários tipos de centros de atendimento médico-veterinários têm cada vez mais em conta as necessidades dos gatos. Por exemplo, têm áreas exclusivas para gatos – evitando os cheiros e o encontro direto com cães ou outros animais de estimação – ou áreas de menor ruído ou luminosidade.
Esteja atento aos detalhes na sala de espera: coloque a caixa transportadora numa área elevada – não no chão -, evite movimentos bruscos e ruídos altos, fale com ele com tranquilidade, evite o contacto direto com outros animais, entre outros aspetos.
Tranquilidade no regresso a casa: o gato terá todo o gosto em voltar. Ajude-o a tornar este processo tranquilo, abrindo a caixa transportadora com calma, deixando-o sair quando quiser e permitindo-lhe inspecionar as diferentes áreas da casa.
(1) Estudo de 4.437 cuidadores primários de gatos a nível mundial sobre a relação dos proprietários de gatos com os seus veterinários (agência SKY, 2018).