Depois da recente viagem em conjunto – a última, talvez, nestes moldes, antes das eleições legislativas antecipadas – à Guiné-Bissau e de terem estado lado a lado na tribuna presidencial do Estádio José Alvalade, no último domingo, onde assistiram ao pleno de vitórias da Seleção Nacional, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa passaram pelos balneários, para felicitar a equipa que bateu a Islândia, por duas bolas a zero. Se alguma coisa poderiam ter trazido daquele encontro com o selecionador Roberto Martinez, e com os jogadores que obtiveram o feito de um recorde de jogos ganhos, era o princípio que rege as conversas tidas num balneário. Aquelas quatro paredes não se resumem ao local onde a equipa toma banho e se veste. Ali discutem-se, e aprumam-se, à porta fechada, a tática e a coesão dos grupos de trabalhos, sendo tão ou mais importantes do que o trabalho realizado nos treinos.
Marcelo lançou a confusão ao adiantar que era público que o primeiro-ministro lhe pedira para receber a procuradora-geral da República, Lucília Gago, de modo a que se percebesse se a Operação Influencer seria motivo mais do que suficiente para uma demissão como a que aconteceu. Ora, ninguém ouviu da boca de Costa tal coisa; antes pelo contrário, o líder socialista já deixou claro que – se isso aconteceu – foi uma conversa que teve em privado com o Chefe de Estado. E, na Alemanha, onde anda no âmbito de um périplo para assinalar os 50 anos do nascimento do PS, voltou a frisar que não contribuirá para a confusão lançada por Belém.