À decima será de vez? A pergunta divide opiniões. Os mais otimistas, como demonstrou a reação inicial dos mercados, acreditam que as taxas de juro do Banco Central Europeu alcançaram ontem o seu pico, com o anúncio de mais uma subida – a décima consecutiva – que atinge agora os 4% (o que é um valor impressionante, tendo em conta que há pouco mais de um ano, a taxa ainda era negativa, em -0,5%). Os pessimistas, no entanto, temem que o processo ainda não tenha chegado ao fim, em especial quando foi a própria líder do BCE, Christine Lagarde, a sublinhar que não estava em condições de poder assegurar que já se tenha atingido o pico.
Qualquer que seja o estado de espírito, o que todos concordam – e assumem – é que os juros altos vieram para ficar. Ou seja: mesmo que não voltem a ocorrer mais aumentos, estes 4% vão permanecer, segundo Lagarde, pelo menos até ao último trimestre de 2025 – quando ela prevê que a inflação regresse aos 2%, que é o objetivo definido pelo BCE.
Sabe-se que a decisão não foi tomada por unanimidade entre os governadores dos bancos centrais, reunidos em Frankfurt. E já se percebeu que a medida está a cavar divisões na Europa, até porque foi acompanhada de recomendações aos governos para retirarem as medidas de apoio às empresas e famílias, como forma de fazer descer a inflação. Para Christine Lagarde, pelos vistos, os europeus vão ter de sofrer mais para conter a inflação.
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