A notícia já tem uns dias, mas não resisto a recuperá-la, para início de conversa, tanto pelo seu lado anedótico quanto, sobretudo, pelo modo como nos mostra o mundo em que vivemos. Um professor numa prestigiadíssima faculdade e com direito a assinar textos de opinião num jornal de distribuição nacional, resolveu, há cerca de dois anos e meio, dedicar uma crónica ao historiador José Pacheco Pereira, acusando-o de ser uma espécie de agente ao serviço do Irão, usufruindo de luxos e benesses proporcionados pelo regime desse país. O seu nome é João Lemos Esteves e esse texto foi publicado no semanário Sol. Alguns dias depois foi retirado, devido a uma queixa de Pacheco Pereira, mas o autor não fazia nenhum desmentido e até alegava que estava simplesmente a usar a sua liberdade de expressão… Entretanto já a notícia das grandes ligações do historiador ao país dos ayatollahs corria à solta em vários sites muito pouco recomendáveis (muitos deles, com a marca de Lemos Esteves) mas certamente com milhares de leitores. Pacheco Pereira não se satisfez com a retirada do artigo e avançou, exemplarmente, para um processo judicial. A coisa resolveu-se, antes de ir a julgamento, há um par de dias, com Lemos Esteves a ter que passar pela vergonha extrema de assumir que tinha inventado tudo aquilo (ou ouvido dizer…)
Este artigo é exclusivo para assinantes. Clique aqui para continuar a ler