Com as audições da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da TAP a entrarem na penúltima semana, com o ex-ministro das Finanças Mário Centeno a ser ouvido hoje durante a tarde, uma oposição ao PS – que Marcelo Rebelo de Sousa, há muito, gostaria que tivesse audácia – percebeu que começa a esvair-se o filão com o qual poderia ter aplicado duros golpes ao Governo; mais do que aqueles que o próprio se autoinfligiu. Ao pedir de novo a demissão de João Galamba, o PSD deu sinais disso – quem ainda acha que Costa demitirá o seu ministro nesta altura?
Foi toda uma oportunidade perdida, fruto de um certo desinteresse social-democrata logo desde o inicio desta CPI proposta pelo BE na senda da indemnização de 500 mil euros de Alexandra Reis e da demissão de Pedro Nuno Santos, tendo em conta que, em março, na São Caetano à Lapa ainda se considerava que a tática de ataque à maioria absoluta passava, então, pelo caso da alegada pressão de António Costa sobre o ex-governador do Banco de Portugal, Carlos Costa. Até para os estrambólicos acontecimentos no Ministério das Infraestruturas, na noite de 26 de abril, o PSD acordou tarde, quando poderia ter apostado na exposição da evidente má gestão de gabinetes ministeriais.