Vladimir Putin conseguiu um milagre que, há poucas semanas, muito poucos pensavam ser possível: ressuscitou a NATO – a organização de defesa entre europeus e americanos que Emmanuel Macron considerava, ainda recentemente, em “morte cerebral”, mas que agora se mostra mais unida e maior do que nunca. A Ucrânia foi o “eletrochoque” – ainda segundo a expressão do Presidente francês, sempre hábil no manejo das palavras – que permitiu a sua reanimação. E, ontem, quando se completava exatamente um mês sobre o inicio da invasão russa, assistiu-se à ressurreição da NATO. E em grande estilo: numa cimeira excecional em Bruxelas, em que o Presidente norte-americano Joe Biden endureceu a retórica face a Moscovo e em que, sem exceção, todos os líderes quiseram demonstrar uma unidade inquebrável, pelo menos na fotografia da praxe e nas declarações formais aos jornalistas. Até António Costa, por exemplo, fez questão de saudar o renascimento da Aliança Atlântica: “A NATO está bem viva e reforçou significativamente os seus laços transatlânticos.”
A verdade é que já há algum tempo que um Presidente dos EUA não era tão bem recebido na Europa, como está a suceder desde ontem. Joe Biden foi a voz principal na cimeira da NATO e também na do G-7, ambas realizadas em Bruxelas.
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