Finalmente, chegámos ao fim do ano de má memória de 2021. Estamos no último dia de dezembro, a um pulinho e 12 passas de uma nova volta ao sol. E, com ela, vêm sempre renovadas esperanças.
De todas as expressões que entraram no léxico da comum desde 2020, novo normal é, provavelmente, a mais irritante. Remete para a nossa capacidade de adaptação a uma realidade totalmente disruptiva, como se tivéssemos de considerar normal o que é uma verdadeira anormalidade. Vivermos com medo e inúmeras restrições no dia a dia, andarmos de máscaras na rua, deixarmos de nos abraçar e beijar, testarmo-nos com frequência. Nada disto é normal, nem nunca será. A coisa que a maior parte de nós mais anseia é pelo regresso à boa velha normalidade.
Com elevada probabilidade, o velho normal vai estar, pois, entre os desejos de sete mil milhões de habitantes deste planeta na hora de entrar, hoje, no ano novo. O que esperar adiante, ninguém de atreve, com segurança, a antecipar. Porque, em tempos de pandemia, a incerteza continua a ser a única coisa garantida.