O papel afixado na porta de vidro na entrada do Hospital de Leiria explica tudo, preto no branco: não há médicos suficientes e, por isso, a urgência teve de encerrar. O caso veio juntar-se a outros que, nos últimos dias, têm revelado o caos que se começa a sentir no Serviço Nacional de Saúde (SNS). No Hospital de Setúbal demitiram-se em bloco, há uns dias, 87 médicos e ontem oito clínicos da Urgência Metropolitana de Psiquiatria do Porto fizeram o mesmo – todos por falta de condições. Enquanto isso, os enfermeiros marcaram uma greve para o início de novembro e os técnicos de emergência pré-hospitalar têm uma paralisação agendada para dia 22 de outubro . E ontem ao final do dia, os dois sindicatos médicos – Sindicato Independente dos Médicos e Federação Nacional dos Médicos – estiveram reunidos e decidiram que vão avançar para uma greve nos dias 22, 23 e 24 de novembro.
“Na maioria dos hospitais, o fluxo de procura excede a capacidade instalada de atender atempadamente os doentes”, garante à VISÃO o presidente da FNAM, Noel Carrilho, avisando que, neste momento, está em causa a capacidade de se dar assistência de qualidade e a tempo aos doentes. Além disso, os médicos contestam o que vem previsto do Orçamento do Estado.