A sócia fundadora e presidente da Associação Nacional de Amputados , Paula Leite, disse à Lusa que a conferência “O amputado, novas etapas, novos rumos, nova vida” vai realizar-se no próximo dia 17, em Vila Nova de Gaia, para responder a questões como “O que fazer perante uma amputação? Continua a existir vida? Como fica a vida?”.
“Temos de tirar as pessoas amputadas de casa e mudar mentalidades, criando um coletivo de aceitação, não só social, como focada num objetivo ‘eu próprio me aceitar’. Romper barreiras, valores, desbravar caminhos para a felicidade, abrir horizontes e afirmar a qualidade de vida”, defendeu Paula Leite.
Mas a conferência também é dirigida à classe médica, no sentido de “informar e sensibilizar” para a importância que todas as etapas têm no futuro do amputado.
Paula Leite foi amputada há oito anos, na sequência de um acidente de viação e, desde então, foi-se apercebendo das “várias lacunas” que existem, daí ter criado a associação.
À agência Lusa explicou as suas motivações: “Ainda no seio hospitalar senti uma falta de apoio moral muito grande, falta de apoio psicológico e de apoios técnicos, quando saí do hospital. Muitas vezes tive de procurar ajuda na internet porque não há ninguém que nos ajude nesse sentido. Decidi, ao fim de oito anos de amputação, que tinha que fazer alguma coisa para ajudar pessoas que estão a viver a mesma situação que eu”.
O acidente aconteceu quando Paula Leite colocava a sinalização de avaria do seu carro. Foi atropelada e esteve hospitalizada durante quatro meses. Tinha 34 anos.
A ANAMP é uma associação sem fins lucrativos criada em dezembro de 2014. Atualmente, está numa fase de angariação de sócios e de parceiros com vista à oferta de serviços específicos dirigidos aos amputados e familiares/amigos.