Ricardo Araújo Pereira apresenta; os Linda Martini e os Xutos & Pontapés sobem ao palco. Acontece já no próximo Dia Internacional dos Direitos Humanos, 10 de dezembro, no Tivoli BBVA, em Lisboa, e é a terceira edição do Live Freedom, integrado no maior evento mundial da Amnistia Internacional (AI): a Maratona das Cartas.
Como é que o público deste concerto está a ser solidário?
Mais do que para angariar fundos, este concerto serve para sensibilizar as pessoas para certas causas e para dar a conhecer o trabalho da AI. Todos os anos são escolhidos 12 casos de pessoas, ou grupos, em risco. Cada país seleciona quatro casos a que dá mais destaque e o público é convidado a subscrever apelos, cartas, a favor dessas causas, em nome da solidariedade internacional.
Essas cartas são depois encaminhadas para as embaixadas ou autoridades dos países em questão…
A iniciativa chama-se Maratona das Cartas mas esses apelos podem chegar por outros meios, certo?
Sim, claro. Algumas turmas de escolas com quem trabalhámos, por exemplo, optaram por fazer desenhos sobre os casos, que também se podem enviar para os mesmos destinatários. No ano passado, na Maratona de Cartas, cujo ponto alto é o dia 10 de dezembro, em todo o mundo, chegou-se aos 2,3 milhões de apelos, em 143 países e Portugal foi o sexto dos que mais contributos deram. Em 2013, saíram de Portugal 96 mil cartas, no ano anterior tinham saído cerca de 42 mil. Isso deve-se muito à visibilidade do concerto mas também à grande vontade que nós sentimos de os portugueses participarem em iniciativas como esta.
Depois de duas edições de Live Freedom, que balanço fazem?
O balanço é muito positivo, desde logo porque este concerto é uma forma de aproveitar a exposição e visibilidade dos artistas, que atuam pro bono. Os resultados têm sido muito animadores. E, durante estes concertos, aproveitamos sempre para lembrar casos de sucesso de anos anteriores. Às vezes, isto parece um bocadinho utópico, assinar aqui umas coisas para terem efeito em países longínquos, mas a verdade é que esse é um dos principais modus operandi da AI desde 1961 e a atenção mediática que despertamos para estes casos tem mesmo sido um grande contributo para haver desfechos positivos em várias situações.