“Veja onde nós nascemos e o que crescemos”, diz Mamadou Khali Bah, 55 anos, com um gesto que abarca a obra onde estamos: um local onde já se erguem as paredes do que em cerca de um ano será um espaço comunitário com mais de sete mil metros quadrados e onde funcionará uma cantina social com capacidade para atender 300 pessoas por dia, um banco alimentar, e várias salas de aulas e atendimento para imigrantes. O estaleiro fica apenas duas ruas acima da pequena garagem onde, em 2006, começou a funcionar um espaço de apoio ao estudo e madraça (uma escola religiosa islâmica) para receber os filhos daqueles que, como Mamadou, queriam dar uma educação muçulmana às crianças, mas também ajudá-las na escola quando muitos pais mal sabiam o português.
Foi nessa pequena garagem de um prédio na Praceta Francisco Ramos da Costa, na Tapada das Mercês, em Sintra, que se lançou a semente para o que é hoje a ACITMMM (A Comunidade Islâmica da Tapada das Mercês e Mem Martins), uma associação que, apesar do nome, vai muito para lá das fronteiras da religião e todos os dias apoia a comunidade local, independentemente da etnia, da nacionalidade ou do credo.
