De acordo com o novo relatório “Liberdade no Mundo 2025: A Batalha Difícil para Salvaguarda os Direitos”, divulgado esta quarta-feira pela Freedom in the World, a liberdade mundial está em declínio pelo 19.º ano consecutivo. “A liberdade global sofreu outro golpe durante um ano repleto de eleições em todas as regiões”, referiu Gerardo Berthin, copresidente da Freedom House.
O estudo revela que, dos 66 países e territórios que realizaram eleições nacionais em 2024, cerca de 40% apresentaram violência relacionada com os processos eleitorais. “Os candidatos foram atacados em pelo menos 20 países, enquanto os locais de votação foram atacados em pelo menos 14”, pode ler-se.
Os investigadores da Freedom House consideraram ainda que as guerras civis e os conflitos mundiais que existem atualmente, impediram também o exercício dos direitos fundamentais, tornando o mundo menos seguro e menos livre em 2024.
O relatório sugere ainda que cerca de 20% da população mundial vive em países classificados como “livres” e 40% em países “não livres”.
Em 2024 apenas 34 países alcançaram melhorias, incluindo a Síria – +4 pontos – que registou melhorias na segurança física, liberdade de movimento e liberdade de reunião após a queda do regime de Bashar-al-Assad. Também o Bangladesh (+5), Butão (+5) e o Sri Lanka (+4) estão entre os países que registaram um maior aumento e melhores pontuações gerais.
Já países como o Kuwait (-7), Tunísia (-7), El Salvador (-6) e Haiti (-6) registaram os maiores declínios e piores pontuações gerais.
“A liberdade global enfrenta sérios desafios em 2025, incluindo ameaças à segurança decorrentes de múltiplos conflitos armados, o aprofundamento da repressão em autocracias emergentes e líderes democraticamente eleitos que procuram avançar com os seus objectivos ignorando os controlos institucionais sobre o seu poder. É do interesse vital de todos aqueles que acreditam na democracia investir em instituições democráticas, denunciar os ataques aos direitos no estrangeiro, trabalhar em conjunto para promover uma paz duradoura e apoiar os defensores dos direitos humanos onde quer que atuem”, lê-se.