Duas pessoas morreram nos incêndios de Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, no distrito de Aveiro, avançou a Lusa. Fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil disse à agência de notícias que uma pessoa ficou carbonizada no fogo de Sever do Vouga e outra sofreu um ataque cardíaco no incêndio de Albergaria-a-Velha. Não há, para já, informações sobre a identidade destas vítimas mortais.
A região de Aveiro está hoje completamente rodeada de chamas. O incêndio de grandes dimensões em Albergaria-a-Velha já atingiu, pelo menos, 20 casas e deixou várias pessoas desalojadas. Há ainda a registar danos em automóveis, dois armazéns e um escritório. Ao início da tarde, o presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, António Loureiro, tinha confirmado, em declarações aos jornalistas, que havia quatro feridos. Neste momento, há também povoações em risco no concelho de Sever do Vouga.
Os incêndios no distrito de Aveiro obrigaram a cortes em quatro autoestradas (A1, A25, A29 e A17) e várias outras estradas nacionais e vias secundárias. A circulação ferroviária também tinha sido interrompida esta manhã, na Linha do Norte, mas, entretanto, já foi reaberta.
O Plano Distrital de Emergência de Proteção Civil de Aveiro foi ativado às 08h45, na sequência da “grave situação” provocada pelos incêndios florestais nos municípios de Albergaria-a-Velha, Águeda, Sever do Vouga e Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro; estes municípios já tinham ativado os seus Planos Municipais de Emergência de Proteção Civil.
A Proteção Civil recomenda à população que siga as orientações das autoridades e que evite a permanência em locais próximos das zonas afetadas pelos incêndios, fazendo apenas as “deslocações essenciais”. A situação é tão complicada que a Câmara Municipal de Aveiro apelou à população para que reduza o consumo de água “ao mínimo indispensável”.
Segundo o site da Proteção Civil, às 16h30, havia cinco fogos de grandes dimensões no distrito de Aveiro, sendo o que envolve mais meios o de Oliveira de Azeméis, com 616 operacionais, apoiados por 205 viaturas e sete meios aéreos.
Um bombeiro morreu em Oliveira de Azeméis
Durante a última madrugada, um bombeiro que combatia o incêndio em Oliveira de Azeméis morreu, vítima de uma paragem cardiorrespiratória. O operacional, que fazia parte da corporação de bombeiros de São Mamede de Infesta, estava a fazer uma pausa para a refeição quando se sentiu mal. O homem de 60 anos ainda foi assistido no local por uma equipa do INEM, mas acabaria por morrer.
O Ministério da Administração Interna já emitiu um comunicado a lamentar esta morte. “Neste momento de grande consternação e luto, o Ministério da Administração Interna quer endereçar sentidas palavras de solidariedade e os mais sinceros pêsames à família, aos amigos, ao Corpo de Bombeiros Voluntários de São Mamede de Infesta e a todos os bombeiros e agentes da proteção civil que combatem neste preciso momento e sempre, os incêndios em Portugal”, lê-se na nota.
Há ainda o registo de cinco bombeiros feridos, quatro deles no incêndio em Oliveira de Azeméis. Um destes bombeiros encontra-se em “estado grave”, mas não está em risco de vida. Um outro bombeiro ficou ferido no fogo que lavra no município de Águeda.
Montenegro cancela agenda de terça-feira. Von der Leyen “ao lado de Portugal”
O primeiro-ministro anulou a agenda prevista para amanhã para acompanhar o evoluir dos incêndios. Luís Montenegro tem estado a supervisionar a coordenação do combate aos incêndios e tem também mantido contactos com líderes da União Europeia e de parceiros europeus para garantir o apoio internacional necessário ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil. Ao abrigo deste mecanismo, França, Espanha, Itália e Grécia vão enviar oito meios aéreos para ajudar neste combate.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, escreveu, na rede social X (ex-Twitter), que “a UE está ao lado de Portugal na luta contra os grandes incêndios florestais”. Luís Montenegro agradeceu o apoio, numa mensagem publicada naquela plataforma.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) vai realizar, às 20h00, um novo ponto de situação, que será feito pelo comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes. O alerta máximo por causa dos incêndios vai vigorar até ao final de terça-feira.