Um estudo levado a cabo junto 702 pessoas de grandes corporações dos EUA e do Reino Unido revela que metade dos funcionários “pensa deixar o emprego devido à fadiga causada por transformações contínuas” nas empresas.
O estudo, denominado “Transformation Fatigue” e divulgado pela consultora Emergn, diz ainda que 60% dos funcionários admitem sentir burnout devido a essas mudanças sucessivas e 58% confessam sentir “desânimo e resignação sempre que uma nova transformação é anunciada”.
As causas principais para esta fadiga são, segundo o mesmo documento, a liderança desconectada, a comunicação deficiente e a falta de programas de aprendizagem eficazes. Cerca de 350 dos inquiridos aponta as falhas de liderança, especialmente a “distância das chefias em relação às preocupações da equipa”, como um dos principais fatores para o insucesso das transformações que são feitas nas empresas.
Embora a grande maioria dos funcionários reconheçam a importância das transformações nas empresas de modo a conseguiram manter-se competitivas no mercado, três em cada dez inquiridos citam a falta de formação e de apoio como o principal motivo para as frustrações e o desânimo que sentem no cargo durante os processos de mudança.
“Muitas organizações reconhecem que as transformações, quando bem executadas, são cruciais para se manterem competitivas. No entanto, as iniciativas de transformação precisam de impulso, clareza na mensagem e programas de aprendizagem que mantenham os colaboradores focados em valor e nos resultados. Os líderes têm de conseguir provar porque as empresas devem dar o próximo passo”, diz Alex Adamopoulos, CEO da Emergn, uma sociedade que presta serviços empresariais digitais.
O estudo revela também que a fadiga das transformações é mais sentida no setor público e governamental, nos quais 65% dos funcionários dizem querer deixar os seus empregos devido às transformações frequentes, mais 15 pontos percentuais que a média de todos os setores.
Por fim, três em cada quatro trabalhadores destas grandes organizações, dizem que as transformações que são feitas levam ao aumento da sua carga de trabalho.
O relatório indica ainda que existe “insatisfação com as grandes consultoras de transformação”, pois entre os 51% dos inquiridos que trabalharam com três das maiores consultoras globais, 87% relataram que essas empresas tiveram um impacto negativo ou nulo nas suas organizações. Apenas 13% consideraram que as consultoras foram uma ajuda positiva.
Os mesmos dados mostram que que existe “insatisfação com as grandes consultoras de transformação”, pois entre os 51% dos inquiridos que trabalharam com três das maiores consultoras globais, 87% relataram que essas empresas tiveram um impacto negativo ou nulo nas suas organizações. Apenas 13% consideraram que as consultoras foram uma ajuda positiva.
“O que temos são exércitos de consultores com malas de executivos, que entram nas organizações e tentam, com confiança, encaixá-las num modelo de estratégia de transformação pré-definido. Mas o que as organizações realmente precisam é de uma solução que funcione no seu contexto específico – precisam de ser donos da sua transformação”, ressalva Alex Adamopoulos.
Estes números devem ser lidos, no entanto, em contexto, uma vez que o “Transformation Fatigue” abrangeu apenas 702 entrevistados no Reino Unido e nos EUA, incluiu gestores de topo e foi realizado em organizações com mais de mil funcionários e com uma faturação média anual acima dos 500 milhões de dólares. Os resultados foram, como habitualmente, extrapolados para chegar a estas conclusões.