Titanic
“É inafundável”
Uma mistura de ambição e negação, por parte do comandante Edward Smith e do primeiro-oficial, William Murdoch, fizeram o Titanic avançar a todo o vapor para um dos maiores desastres marítimos da História. “Sentirmo-nos competentes é uma necessidade básica”, nota o psicólogo Artur Delgado. Nunca saberemos se os responsáveis pelo Titanic se sentiram supercompetentes. O que sabemos é que a sua incompetência para analisar uma situação que lhes foi reportada levou à morte de 1 500 pessoas.
“A incompetência ocupacional está por toda a parte. Já a detetou? É provável que todos nós já o tenhamos feito.” Esta é uma das frases que se leem na segunda página do livro que, em 1969, abalou ligeiramente a sociedade. Laurence Peter e Raymond Hull apresentavam o Princípio de Peter ou o Princípio da Incompetência de Peter, onde, de uma forma divertida – mas profundamente assertiva – escreviam sobre as conclusões tiradas graças a anos de observação de empresas e instituições públicas. Em linhas muito gerais, o Princípio de Peter diz que numa hierarquia, todos os funcionários vão progredir até ao seu Patamar de Incompetência. Uma vez lá chegados, ou permanecem nessa posição para sempre ou poderão ser afastados para outras funções em que, possivelmente, continuarão a ser incompetentes.