O tribunal que vai julgar o caso do Banco Espírito Santo (BES) quer iniciar o julgamento de Ricardo Salgado, Amílcar Morais Pires, Isabel Almeida, Francisco Machado da Cruz, entre outros arguidos, no dia 28 de maio. A informação foi prestada, esta semana, aos arguidos e à mais de uma centena de assistentes pela juíza Helena Susano, que irá presidir ao coletivo do Juízo Central Criminal de Lisboa.
De acordo com o despacho, a que a VISÃO teve acesso, a magistrada refere que o coletivo estará em exclusividade para este julgamento. Porém, tendo em conta a dimensão dos autos – mais de 200 volumes e milhares de anexos e apensos – Helena Susano pretende implentar o seguinte método de trabalho: agendamento de sessões em dias contínuos, “o que não obstará a que sejam destinados dois dias por semana à preparação” das seguintes.
A decisão de levar 18 arguidos a julgamento foi tomada, em julho do ano passado, pelo juiz Pedro Santos Correia. Só cinco dos 25 arguidos do caso BES/GES não vão a julgamento, decidiu o juiz. Ricardo Salgado irá responder por 65 crimes, “nos exatos termos da acusação”. Entre os crimes encontra-se associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada e branqueamento. Esta leitura acontece nove anos após a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), que terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.
O juiz, numa breve leitura da decisão instrutória, sem sequer enumerar os crimes em causa, validou quase na íntegra os crimes pelos quais os 25 arguidos foram acusados.
Introduziu apenas pequenas alterações, deixando cair alguns crimes de infidelidade em relação a três arguidos, por prescrição e lapso da acusação, e deixou de fora o arguido José Manuel Espírito Santo, que morreu entretanto.