Há pouco mais de um ano, o New York Times fazia uma impressionante análise interativa sobre Tucker Carlson no seu site. O apresentador do “programa mais visto no horário nobre das notícias da televisão por cabo” aparecia-nos – e era-o, de facto – como um homem assustador. “Ele usa uma narrativa simples para instigar o medo entre os seus espectadores: ‘Eles querem controlá-lo e eles vão destruí-lo [a si, telespectador] e ao seu estilo de vida’”, escrevia o jornal.
O programa Tucker Carlson Tonight foi emitido na Fox News entre novembro de 2016 e abril de 2023. Teve 2 685 episódios vistos por três milhões de pessoas todas as noites. O New York Times analisou 1 150 e concluiu que Tucker Carlson, a voz da ultradireita que ficou no ar mesmo depois da saída de Donald Trump, estava a ficar cada vez mais sombrio. Nos últimos tempos, até o apoio do Ocidente à Ucrânia fazia parte da “grande conspiração” que a “classe dominante” quer impingir-nos, e Vladimir Putin não deve ser considerado um inimigo. “Mas porque devo odiar Putin? Alguma vez ele me chamou racista? (…) Ele ameaça o cristianismo? Ele come cães?”