É frequente romancearmos as figuras do génio atormentado e incompreendido ou do magnata, que construiu um império mas vive isolado na sua torre, para acentuarmos a ideia de que a inteligência não traz felicidade.
Na realidade, não faltam exemplos de pessoas com grandes capacidades cognitivas, que tiveram vidas conturbadas. Pensemos em Virginia Woolf, Alan Turing e Ernest Hemingway, a quem pertence a frase “a felicidade em pessoas inteligentes é a coisa mais rara de encontrar” – como se fossem perseguidas por uma espécie de maldição, que as condena à angústia existencial, à frustração e à solidão. Mas podemos culpar a inteligência pelo facto de elas se sentirem miseráveis?