Quando falámos com Paulo Tuna, andava ele a encaixotar mais de 40 facas de cozinha e de caça (como as puukko, de inspiração finlandesa, que podem ser colocadas no cinto), para as levar à Feira de Cutelaria de Madrid, que decorreu no derradeiro fim de semana deste mês de março.
Na última década, o escultor tornado cuteleiro, 46 anos, tem ganho visibilidade, muito por conta das suas facas de chefe, feitas artesanalmente em aço de carbono, na sua oficina nas Caldas da Rainha, região que tem o maior centro de fábricas de cutelaria do País. A mudança deu-se com uma das primeiras encomendas de facas para o Noma, em Copenhaga, então considerado o melhor restaurante do mundo. Desde então que este transmontano nascido em Vila Real, com formação em Pintura e Escultura pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, tem sido procurado por inúmeros chefes de cozinha. Mas não só. “Estranhamente, no período pós-pandemia, passei a ter mais clientes privados, aficionados pela cozinha e que querem ter uma boa faca para cozinhar em casa. Noto que as pessoas começaram a dar mais valor ao artesanal”, diz Paulo Tuna, conhecido como The Bladesmith (nome inglês para forjador de lâminas).