O juiz Carlos Alexandre vai deixar o Tribunal Centra de Instrução Criminal (TCIC). Ao fim de 18 anos ligado à investigação e instrução de processos, o magistrado, segundo informações recolhidas pela VISÃO, vai candidatar-se ao concurso de acesso aos Tribunais da Relação, cuja fase de entrega de candidtauras começa esta quarta-feira, 12 de outubro, no Conselho Superior da Magistratura. Em setembro do próximo ano, Carlos Alexandre já deverá ser juiz desembargador, uma vez que tem a antiguidade de classificações necessárias (“Muito Bom”) para a promoção.
Os primeiros passos de Carlos Manuel Lopes Alexandre, 61 anos, como juiz de instrução criminal foram dados em 2004 como auxiliar da então titular do TCIC, Fátima Mata-Mouros. Dois anos mais tarde, ficou efetivo no lugar, iniciando, assim, uma carreira que o colocou no centro das atenções da comunidade jurídica e do próprio País. A ficha o juiz no Conselho Superior da Magistratura começou a ser escrita em 1987, ano em que fez o estágio e a que se seguiu o habitual périplo por pequenas comarcas, Felgueiras, Cascais, Vila Franca de Xira, Sintra, a chamada “tarimba”, isto é, anos a ganhar experiência e não, como atualmente, em que uma juíza com 29 anos, Ana Lacerda Assunção, vai ter que conduzir a instrução de um dos processos com suspeitas de corrupção ligadas à anterior gestão do Banco Espírito Santo, liderada por Ricardo Salgado.
Pelas suas mãos passaram os maiores processos da justiça portuguesa, desde o “Portucale”, nos idos de 2005; a “Operação Furacão”, um ano mais tarde; seguiram-se os Submarinos, Freeport, BPN, Monte Branco, Vistos Gold, Operação Marquês, BES e ainda a Operação Aquiles. A sua caneta assinou vários despachos de prisão preventiva ou domiciliária contra pessoas pouco habituadas a um tratamento musculado por parte da justiça. E, assim, surgiram os epítetos de “super-juiz”, o “juiz temido”, “Alexandre, o Grande” ou o “Garzón português”, uma analogia com o juiz espanhol Baltasar Garzon que liderou vários processos judiciais contra a corrupção em Espanha.
Leia esta quinta-feira, na edição impressa da VISÃO, toda a história da saída do magistrado do Tribunal Central de Instrução Criminal.