A reportagem “O pesadelo da pornografia de vingança”, da autoria da jornalista Sílvia Caneco, que aquando da publicação do trabalho integrava a redação da VISÃO, é uma das vencedoras da oitava edição do prémio de jornalismo “Os Direitos da Criança em Notícia”, na categoria de Imprensa Nacional/ Online, com o júri a considerar “que trata duma reportagem que contribui para retirar do silêncio uma temática que muitas vítimas tendem a esconder, por vergonha”. “Ainda que a peça destaque vítimas com idades pós-18, mostra como o problema afeta também os adolescentes”, justifica a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), em comunicado.
O primeiro lugar é dividido com “As Férias da Liberdade”, publicado na Revista E do jornal Expresso. Do trabalho de Joana Pereira Bastos, o júri destaca a “qualidade da escrita e a investigação aprofundada de infâncias difíceis em clandestinidade durante a ditadura(…), salientando o papel pedagógico e a importância que pode ter para as crianças de hoje, quase 50 anos depois do 25 de Abril.”
Na mesma categoria, o júri distinguiu, através de menções honrosas, a reportagem “Filhos que são armas numa guerra a dois”, de Ana Tulha, pela Notícias Magazine, “Agarrar o futuro depois de uma infância suspensa”, da mesma publicação e autoria de Cláudia Pinto e o podcast “As crianças importam”, do Expresso, de Christiana Martins.
Na imprensa regional, a SPA destacou ainda o trabalho de Maria Simiris, do Barlavento, com o “Projeto em Faro promove saúde mental nas grávidas da pandemia”.
Na categoria de rádio, o primeiro prémio vai para a peça “Cabo Delgado – A Bússola Estilhaçada”, de Nuno Amaral, que, segundo os jurados é “uma reportagem de fôlego, que traça uma visão panorâmica sobre a gravíssima situação humanitária em Cabo Delgado (Moçambique), mostrando as duras condições de vida dos refugiados internos, devido a ataques de grupos terroristas de radicais islâmicos (…)trabalho de campo que contribui para o conhecimento de um tema pouco abordado na imprensa portuguesa.”
“O sol, quando nasce”, de Miriam Alves, segundo os jurados, “tem alta relevância e contribui para a reflexão sobre os direitos da parturiente e a violência obstétrica, vivida no contexto das restrições durante a pandemia.” A reportagem ganhou o primeiro prémio na categoria de televisão.
“Ao apoiar este prémio, a SPA contribui para estimular o trabalho dos jornalistas e a sua liberdade de escrita e observação da realidade. Os jornalistas também são autores e por isso este apoio é forte e empenhado”, diz José Jorge Letria, presidente da Sociedade Portuguesa de Autores,
O Prémio de Jornalismo “Os Direitos da Criança em Notícia” é um prémio pecuniário, promovido anualmente pelo Fórum sobre os Direitos das Crianças e dos Jovens, patrocinado pela Sociedade Portuguesa de Autores.Esta distinção anual tem como objetivo valorizar trabalhos jornalísticos de referência, tendo sempre presentes os direitos estabelecidos pela Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU (1989) ratificada por Portugal.