Um novo estudo realizado por investigadores da Universidade Macquarie, em Sydney, Austrália, indica que os ataques de tubarão-branco, que são raros, podem ser explicados por uma confusão de identificação do predador em relação às suas presas. O que a equipa sugere é que este animal pode confundir os seres humanos com as suas verdadeiras presas, já que não os consegue distinguir visualmente.
Os investigadores compararam vídeos de nadadores, surfistas e focas, suas presas, a partir da perspetiva, debaixo de água, de um tubarão-branco e perceberam que nem a silhueta nem os sinais de movimento eram suficientes para este animal conseguir distingui-los de forma clara. De acordo com a equipa, a capacidade que este animal tem de “ver detalhes é muito menor do que a nossa”, além de ser daltónico ou, no limite, possuir uma habilidade muito limitada para percecionar as cores.
Além disso, dizem os investigadores, os tubarões-branco mais jovens, responsáveis pela maioria dos ataques a humanos, têm ainda menos capacidades visuais e, por isso mesmo, a equipa baseou-se na estrutura das retinas dos juvenis para perceber o nível de sensibilidade visual destes tubarões. A equipa explica que, conforme o tubarão vai crescendo, também os seus olhos ficam maiores, sendo possível para o animal percecionar mais detalhes.
Relativamente à perceção que os tubarões-branco possuem, debaixo de água, de um nadador e de um surfista, parece não haver diferenças, afirma o estudo, publicado no Journal of the Royal Society Interface. Acredita-se que estes animais tenham mais sucesso na caça de presas à superfície da água e, por isso, não procurem propositadamente os humanos para os atacarem.
Os investigadores acreditam que perceber como o tubarão-branco ataca um ser humano pode ajudar a arranjar formas e estratégias de eliminar estes casos pouco comuns, sendo necessários mais estudos, que também envolvam ataques de outros tipos de tubarão.