Os cientistas acreditam que a estrela poderá ter sido ofuscada por poeiras, ou chegou ao seu limite de vida e acabou por desaparecer num buraco negro.
A estrela já tinha sido estudada anteriormente e, no ano passado, os astrónomos usaram o Telescópio do Observatório Europeu do Sul, no Chile, para continuar a estudá-la. No entanto, ficaram surpreendidos com o facto de não conseguirem identificar este misterioso corpo celeste, que se localiza na galáxia Kinman Dwarf. Ao invés, descobriram que ele havia desaparecido.
O estudo, publicado na revista Monthly Notices of The Royal Astronomical Society, revela que esta gigantesca estrela poderá ter desaparecido devido ao seu obscurecimento por poeiras, ou poderá ter sido absorvida para dentro de um buraco negro.
Como é que uma estrela de tamanha dimensão, desapareceu sem deixar rasto?
A estrela desaparecida era cerca de 2 milhões de vezes mais brilhante que o Sol, tendo, assim, a capacidade de deixar um rasto luminoso que permitia a sua fácil observação. No entanto, os astrónomos não conseguiram localizar esse rasto em 2019.
Os peritos utilizaram diversas técnicas com o objetivo de detetar a estrela, mas não encontraram nada. Esta situação deixou-os intrigados uma vez que “não é normal uma estrela tão grande desaparecer sem produzir uma explosão de supernova”, revela Andrew Allan, autor e estudante na Trinity College Dublin, na Irlanda, citado pela CNN.
Estudos realizados entre 2002 e 2009 sugerem que a estrela pode ter vivido um período de fortes explosões depois de 2011. Este fator contribui não só para aumentar a instabilidade das estrelas luminosas, como também pode conduzir à perda da sua massa. Com base nesta análise, os cientistas admitem que é possível que a explosão tenha ofuscado a estrela e, consequentemente, a sua observação tenha sido impossível pois esta encontrava-se obscurecida por poeiras. Para além disso, ainda há a possibilidade de o corpo celeste ter colapsado para dentro de um buraco negro, sem produzir uma explosão supernova. Este tipo de explosões ocorre nos momentos finais da evolução de algumas estrelas, e carateriza-se por deixar um rasto muito intenso de brilho. Os peritos afirmam que este fenómeno é muito raro pois, após diversos estudos, concluíram que a grande maioria das grandes estrelas chega ao fim da sua vida experienciando uma explosão supernova.
Relativamente à ideia de que a estrela poderá ter desaparecido para dentro de um buraco negro, Allan acredita que “é primeira observação de uma grande estrela a chegar ao fim da sua vida desta maneira”. Jose Gro, co-autor do estudo na Trinity College Dublin, citado pela CNN, acrescenta que os peritos podem ter, assim, “detetado uma das maiores estrelas do Universo a desaparecer suavemente pela noite”.
Agora, segundo os especialistas, os futuros estudos terão como principal objetivo perceber como ocorreu efetivamente o desaparecimento da estrela.