A aplicação de que se fala existe tanto para iOs como para Android. Foi desenvolvida pela empresa russa Wireless Lab há já três anos, mas só saltou para as redes sociais no ano passado. O que faz? Em 2019 fez furor ao permitir fazer o upload de uma fotografia do nosso rosto e aplicar-lhe um filtro de envelhecimento. Para ver como podemos ficar daqui a uns anos.
Agora, está a oferecer um filtro que nos permite trocar de sexo. E as redes sociais encheram-se de fotos dos nossos amigos, conhecidos e até famosos com um género diferente daquele com que nasceram. Mas as preocupações com o que continua escrito nas letrinhas pequeninas da sua política de privacidade não desapareceram. Tudo porque somos obrigados a aceitar um requisito que continua a ocultar algumas surpresas perturbadoras.
A discussão estalara já no ano passado. A empresa claro que reagiu, procurando sossegar os utilizadores, e garantiu: “não, não partilhamos dados com terceiros“.
Atualizada no início deste mês de junho, a app pede que aceitemos que o sistema registe o IP do dispositivo e a página web visitada antes de usar o sistema. Avisa ainda que gravará as páginas visitadas, horário e duração dos acessos, e que essas informações, de forma anónima, podem ser transferidas para terceiros. O resto está na sua política de privacidade.
“Devemos sempre verificar o nível de privacidade de uma aplicação antes de a instalar”, como explica Daniel Creus, analista de segurança online da Kaspersky, citado pelo El País. “E também supor que um serviço gratuito obterá algum valor dos dados fornecidos pelos seus utilizadores.”