A forma como os portugueses encaram a evolução da pandemia pode influenciar a avaliação que fazem do seu estado de saúde. Com o passar das semanas, a percentagem de pessoas que reportaram sintomas associados à Covid-19 segue uma evolução global similar à do nível de preocupação médio. Na vigilância de sintomas, o Alentejo surge como a região com mais chamadas para o SNS24 e deslocações a serviços de saúde. Exceto nesta região e no Norte, a percentagem de pessoas que se dirigiram a um serviço de saúde foi superior à de quem recorreu à linha do SNS24 – este desvio é particularmente notório no Centro.
No pós-pandemia, os portugueses referem a intenção de utilizar menos transportes públicos e mais a viatura própria. Cerca de um terço pretende andar mais a pé, o que pode ser uma consequência do tempo passado em casa, aliado ao receio de possível contágio em transporte público. Cerca de quatro em cada dez homens na nossa amostra preferem voltar ao local de trabalho, contra apenas três em cada dez mulheres. As mulheres tendem a concordar mais com as regras, mas estão mais receosas com algumas reaberturas, nomeadamente das creches, cerimónias religiosas e competições futebolísticas.
Por Pedro Pita Barros, Eduardo Costa e Sara Almeida
Fonte: Inquérito sobre a pandemia Covid-19 (647 pessoas constituem a amostra da 4ª vaga do inquérito, realizada entre os dias 8 e 27 de maio)