Esta semana, esteve mais calor na Antártida do que em Portugal. Na ilha de Seymour, junto à costa da Península Antártica, os termómetros atingiram os 20,75ºC. Desde que há registos, nunca a temperatura chegara aos 20ºC – o valor mais alto até agora, estipulado em janeiro de 1982, era de 19,8ºC. A nova marca ultrapassa a anterior em quase 1ºC.
Os cientistas brasileiros que registaram esta temperatura histórica apelidam a evolução das temperaturas (e que redundou agora neste máximo histórico) de “incrível e anormal”. “Temos visto uma tendência de aquecimento em muitos dos locais que temos monitorizado, mas nunca vimos nada como isto”, disse Carlos Schaefer, que pertence ao grupo de investigadores brasileiros que estudam as alterações climáticas na Antártida.
Parte da explicação para estas temperaturas anómalas podem estar associadas a alterações das correntes oceânicas e ao El Niño – a que se junta o aquecimento no Continente Gelado, muito mais rápido do que a média global.
O recorde é ainda mais significativo por ter acontecido apenas uma semana depois de outro recorde na região: a 6 de fevereiro, a estação Esperanza, na Península Antártica, registou 18,3 ºC – a temperatura mais alta desde que há registos dentro da zona continental da Antártida.