Foi realizado um estudo pela Universidade de Cambridge que concluiu que as pessoas que utilizam medicamentos para a asma têm uma pegada de carbono elevada. De acordo com o estudo, se as pessoas mudassem os seus medicamentos para alternativas “mais ecológicas” o impacto seria tão grande como deixar de comer carne ou fazer reciclagem de forma contínua.
O fenómeno deve-se ao facto de alguns inaladores libertarem gases com efeito de estufa, ligados ao aquecimento global.
Na pesquisa, foi analisado o impacto de diversos medicamentos de inalação prescritos para pacientes no Sistema Nacional de Saúde de Inglaterra em 2017, quando foram prescritos cerca de 50 milhões de inaladores. Sete em cada dez aparelhos eram de dose calibrada (o tipo que contém gases com efeito de estufa). O gás – hidrofluoroalcano – é usado como propulsor para que o medicamento seja libertado do inalador.
Os inaladores de dose calibrada representam quase 4% das emissões de gases com efeito de estufa do Sistema Nacional de Saúde. Os investigadores estimam que substituir um em cada dez desses inaladores por um tipo mais ecológico (inaladores em pó seco) reduziria em 58 mil toneladas as emissões de dióxido de carbono – semelhante à pegada de carbono de cerca de 200 mil viagens de carro entre o Porto e Faro.
A nível individual, cada inalador de dose calibrada substituído por um de pó seco pode economizar o equivalente a 150 a 400 kg de dióxido de carbono por ano – o semelhante a cortar a carne permanentemente da alimentação.
No entanto nem todas as pessoas podem mudar de inalador, por motivos de saúde. Essa decisão deve ser aprovada por um médico que acompanhe o paciente.