Ativistas antivacinação parecem estar a equiparar-se aos movimentos que lutaram pelos direitos civis dos anos 60, nos EUA, contra a segregação. Numa marcha junto ao capitólio estadual da Califórnia, manifestantes entoaram “We Shall Overcome”, um hino de quem combatia pelos direitos dos afroamericanos.
Sydney Kamlager-Dove, deputada da assembleia estadual, declarou ao site Politico que considera esta abordagem um ato de racismo e acrescentou que os protestantes antivacinas precisam de adquirir conhecimentos sobre aquilo que defendem. A deputada afirmou ainda que este tipo de posição sobre vacinas demonstra privilégio e oportunidades que nem todos têm, e que é um luxo poder conversar sobre isenções médicas e poder decidir querer ou não vacinar os filhos.
De acordo com o Departamento de Saúde Pública da Califórnia, o número de crianças que tiveram educação escolar em casa e não foram vacinadas cresceu exponencialmente desde 2015.
Líderes do movimento de protesto afirmam existir diversidade étnica entre os seus ativistas. No entanto, segundo uma análise do Politico, as 50 escolas públicas com as menores taxas de vacinação no infantário são desproporcionalmente de etnia branca.
Richard Pan, o senador (e médico) que redigiu a legislação, foi vítima de insultos racistas. O representante declarou a repórteres que lamenta que esta seja a tática que os protestantes escolheram utilizar, e que talvez isso se deva à falta de factos e conhecimentos científicos que aparentam ter dentro do tema.