Além da sua eficácia, o copo menstrual surge como uma alternativa mais barata e amiga do ambiente do que tampões e pensos higiénicos. Apesar de cada objeto destes custar, em média, entre os 20 e 30€, pode durar até 10 anos. No final das contas, fica mais barato do que comprar os habituais produtos descartáveis a cada ciclo menstrual e poupa-se no plástico e no algodão.
Mas afinal o que são estes copos menstruais? Podem ser vaginais ou cervicais e, como o próprio nome indica, são copos de silicone ou látex que se inserem na vagina e recolhem o fluxo menstrual, em vez de o absorverem (como os pensos higiénicos e tampões). Estes têm vários tamanhos, como para adolescentes, mulheres que ainda não tiveram um parto e as que já tiveram e podem manter a sua eficácia entre 4 e 12 horas, dependendo do fluxo. Precisam de alguns cuidados, tais como a lavagem: antes e após cada menstruação é necessário esteriliza-los com água a ferver; e entre cada utilização é imprescindível lavar com água corrente. Nas primeiras vezes, a sua aplicação pode parecer um bicho de sete cabeças, mas os vídeos no website de educação menstrual “Put a Cup In It” podem ser bastante esclarecedores.
Num estudo, que reuniu pesquisas anteriores, publicado pela revista medicinal The Lancet Public Health, em 3319 participantes, 70% preferem usar o copo menstrual a outros métodos. De acordo com esta análise, os copos menstruais são igualmente eficazes como as outras opções já utilizadas para o efeito e não há aumento do risco de infeção associado ao uso do copo menstrual, quer em meninas ou em mulheres, independentemente de serem europeias, americanas ou africanas. No entanto, cerca de cinco mulheres que os utilizaram relataram dor intensa e feridas na vagina. Outras seis identificaram alergias e erupções cutâneas e ainda houve seis queixas associadas ao sistema urinário. Também foram encontrados cinco casos de Síndrome de Choque Tóxico (doença causada pela bactéria Staphylococcus aureus que pode ser causada devido ao uso de absorventes internos durante muito tempo), mas devido à falta do número de utilizadoras deste método, não se conseguiu comprovar se este risco era maior do que nos tampões. Quanto à dificuldade em remover o copo, duas vezes referem-se ao copo vaginal e 47 vezes dizem respeito ao copo cervical. Os autores referem que é necessário serem realizados mais estudos.
Principalmente nos países em desenvolvimento, como em África, onde as condições económicas e higiénicas não são as melhores, a menstruação acaba por afetar a rotina das mulheres, quer na educação ou durante o trabalho. Também na Índia, milhares de mulheres já retiraram o útero, através de cirurgia, para poderem trabalhar nos campos, onde não há casas de banho. Devido ao seu tempo de utilização, o copo menstrual pode ser uma alternativa nos locais em que seja possível lavar e esterilizá-los em condições, quando necessário.
Apesar de este produto já não ser novo, estima-se que menos de 33% das mulheres saibam da sua existência. Está disponível em muitos países, mas em muitos locais, como na Internet, por exemplo, não são apresentados como alternativa quando o tema é a menstruação.
Marcas como a Lunnette, Meluna, Intimina ou a OrganiCup vendem estes produtos em Portugal.