O mais recente membro da família real britânica, Meghan Markle, está a ser vítima de abuso e racismo em várias plataformas sociais online.
A investigação levada a cabo pela Sky News revela que várias contas de Facebook, Twitter e Instagram, assim como alguns utilizadores anónimos das plataformas 4chan, 8chan e Gab, têm criado e partilhado conteúdo ofensivo, racista e conspirativo relativo à duquesa. Mais, a maioria destas contas faz parte de uma autoproclamada comunidade de fãs da família real britânica.
Algumas das publicações põem em causa a herança genética de Markle, outras especulam que a sua gravidez é falsa e outras simplesmente criticam os comportamentos da duquesa. O conteúdo é frequentemente acompanhado por hashtags difamatórias e/ou ofensivas como #maggotmarkle, #megxit, #duchessofdeception, #duchessofdeceit, #charlatanduchess, #difficultduchess, #duchessofexcess, ou #moonbump.
As hashtags permitem a monetização do ódio existente contra Markle, que é o que muitas das contas pretendem com a publicação do seu conteúdo difamatório, relata a Sky News. Ao publicarem hashtags, os utilizadores conseguem gerar mais tráfego para as suas contas e, daí, encaminhar o público para páginas de merchandise ou para plataformas de subscrição paga.
Artigos e vídeos de meios de informação mainstream chegam a ser apropriados pelos difamadores para sustentar as suas reivindicações. É o exemplo de um vídeo captado pela Sky News e publicado no Twitter que mostra Markle num evento relativo ao Dia Internacional da Mulher, no King’s College London.
O mesmo vídeo foi posteriormente editado e republicado como “prova” de que a gravidez de Markle é, na verdade, uma farsa. Vários vídeos presentes no Youtube vão ao encontro do mesmo tema.
Uma análise mais detalhada ao Twitter permitiu identificar um grupo de 20 contas que regularmente utiliza termos como “Maggot Markle” (Larva Markle) ou “Megxit” (em referência ao Brexit). As publicações incluem hashtags como #theroyalhouse, #royalbaby, #duchessofdeceit ou #duchessofdeception e conseguem render centenas de gostos de outros utilizadores.
O Facebook é outra das redes utilizada para publicações negativas relativas à duquesa, com páginas criadas estritamente para o efeito, como são o caso das páginas “Maggot Markle” e “Meghan Markle the Farce”. As publicações são acompanhadas de comentários racistas contra Markle e o seu futuro filho, assim como de acusações de falsidade e desonestidade para com a família real.
Harry e Meghan possuem uma conta oficial de Instagram de nome SussexRoyal com cerca de 4 milhões de seguidores. Para além de receberem comentários abusivos nesta conta, várias outras foram criadas com o objetivo específico de fazer troça de Meghan Markle.
Por último, nas plataformas 4chan e 8chan foram encontradas mensagens a planear ataques à duquesa. Os dois sites permitem a publicação anónima de conteúdo, sem ser necessária conta ou nome de utilizador, o que leva à total desresponsabilização dos utilizadores. No Gab, é o racismo que mais se vê a ser utilizado contra Markle.
A investigação concluiu que o maior motivo por detrás de toda a difamação poderá ser uma tentativa de os utilizadores das plataformas online aproveitarem a popularidade e controvérsia inerentes a Meghan Markle para criarem uma audiência para si mesmos e, assim, ganharem reputação social e até mesmo dinheiro.
No mês passado, o Daily Telegraph relatou a existência de contas “bot” russas no Twitter que publicam obsessivamente teorias de conspirações sobre Markle. Um bot é uma conta que publica conteúdo e interage com outras contas de forma automatizada, pré-programada por um utilizador.