Comer devagar pode ser uma medida chave no combate à obesidade e à síndrome metabólica – um conjunto fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolver ataques cardíacos, diabetes e acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Isto porque comer rápido pode causar flutuações nos níveis de açúcar do sangue e uma consequente resistência à insulina, propõe um grupo de investigadores da Universidade de Hiroshima, no Japão.
De acordo com a investigação apresentada nas American Heart Association’s Scientific Sessions 2017, comer mais devagar pode ser a chave para a manutenção eficaz da saúde e do aspeto corporal.
Os cientistas avaliaram um conjunto de 642 homens e 441 mulheres, com uma idade média de 51,2 anos, que se submeteram a avaliações de saúde em 2008 e 2013. Nenhum deles sofria de síndrome metabólica em 2008, quando o estudo começou.
A síndrome metabólica ocorre quando uma pessoa sofre de um (ou mais) de cinco fatores de risco: obesidade abdominal (a vulgar “barriga grande”), níveis altos de açúcar no sangue, pressão arterial elevada, triglicéridos superiores ao normal e/ou um baixo colesterol HDL (ou colesterol “bom”).
Os participantes foram divididos em três categorias, de acordo com a velocidade a que comiam: lento, normal e rápido.
Cinco anos depois, os investigadores voltaram a examinar os participantes. Descobriram que aqueles que comiam rápido desenvolveram mais casos de síndrome metabólica (11,6%) que os que comiam a velocidade normal (6,5%) ou lenta (2,3%).
Comer rápido ficou também associado a aumento de peso e a níveis mais elevados de triglicéridos e colesterol no sangue.
“Comer devagar pode ser uma mudança no estilo de vida crucial para ajudar a prevenir a síndrome metabólica“, constatou Takayuki Yamaji, cardiologista na Universidade de Hiroshima e autor do estudo, à American Heart Association.
Yamaji explica que comer devagar permite ao cérebro perceber com mais exatidão quando o corpo se sente saciado, evitando que se coma demais à refeição.
“Quando as pessoas comem depressa tendem a não se sentir saciadas e é mais provável que comam demasiado”, diz. ” Comer depressa causa maiores flutuações de glucose, o que pode levar à resistência à insulina”.
Quem diria que uma mudança tão simples poderia oferecer tantos resultados.