Trabalhar a partir de casa tem quase sempre má reputação, associada à ideia de menor produtividade. No entanto, as provas em contrário multiplicam-se. Um dos defensores mais conceituados da ideia é Nicholas Bloom, professor de economia na Universidade de Stanford, que considera que trabalhar a partir de casa tem muito potencial. Na sua recente TEDTalk, recordou o exemplo de uma empresa que aceitou a sua proposta de fazer uma experiência “científica” para provar a sua teoria, a maior agência de viagens da China, a Ctrip.
Os trabalhadores da empresa foram divididos em dois grupos: um grupo trabalhou a partir de casa quatro dias por semana durante nove meses, enquanto o outro grupo permaneceu no escritório cinco dias por semana como grupo de controlo. Os resultados mostraram uma melhoria no desempenho de 13% nas pessoas que trabalharam a partir de casa, que Nicholas Bloom atribui a duas razões: em casa as pessoas trabalhavam efetivamente as horas diárias que lhes cabiam, o que não acontecia no escritório, devido a atrasos ou ao prologamento da hora de almoço, por exemplo; ser muito mais fácil manter a concentração em casa por haver menos distrações.
A experiência não só permitiu o aumento da produtividade como foi positiva tanto para os trabalhadores como para a gerência. A taxa de abandono da empresa teve uma queda de 50% ,permitindo que os gerentes poupassem tempo em contratar novos funcionários e dar fromações uma vez que os funcionários que trabalhavam a partir de casa sentia-se mais felizes e, portanto, menos propensos a sair.
Estes resultados obtidos na experiência coincidem com os de uma sondagem da Gallup, que revelou que os americanos que trabalhavam em casa três a quatro dias por semana tinham mais probabilidades – 41% contra 30% – de se sentirem mais envolvidos no trabalho e menos probabilidades de não se sentirem envolvidos – 48% contra 55% – do que aqueles que ficavam no escritório todos os dias.