Portugal já as conhece e, por onde quer que passem, dão que falar. Em Praga, Jan Cizinsky, autarca do Bairro 7, alega que os corpos que fazem parte da exposição Human Body pertencem a prisioneiros políticos e dissidentes executados, e por isso mesmo, quer enterrá-los.
As exposições de corpo humano são feitas através da plastinação, processo que consiste em extrair os líquidos corporais através de métodos químicos para os substituí por resinas elásticas de silicone, desenvolvido pelo anatomista alemão Gunther von Hagens. Os corpos expostos, foram criados numa Universidade em Dalian, na China que já negou que os corpos pertencem a prisioneiros políticos e a dissidentes.
Apesar desta garantia, Jan Cizinsky alega que, segundo a lei checa, é o seu dever enterrar os corpos E até já selecionou as sepulturas num dos maiores cemitérios da cidade.
Kveta Havelkova, gerente de marketing do Grupo JVS, responsável pela exposição, nem queria acreditar: “Pensámos que era uma loucura”. No entanto, Cizinsky alega que a sua tentativa de acabar com as exposições foi reforçada por queixas dos cidadãos, nomeadamente uma que questionava se a exposição não estaria a quebrar a lei dos funerais. Após esta carta, um dos seus assessores escreveu ao Departamento de Funerais do Ministério do Desenvolvimento Regional para obter mais informação. Tomas Kotrly, chefe do Departamento de Funerais, respondeu à carta, afirmando que “não há dúvida de que estes são restos humanos calcinados e não enterrados” mas observou que não havia nenhuma penalidade específica e que não era possível fazer uma acusação criminal. No entanto, e segundo a lei checa, acrescentou que qualquer órgão que não possa ser identificado deve ser enterrado o mais rápido possível e que esse é o dever do autarca.
Após esta resposta, Cizinsky decidiu escrever à embaixada chinesa que depressa respondeu que o Governo da China não estava ligado à exposição. Sem a ajuda da polícia, Cizinsky não desiste mas o grupo JVS até agradece: “É realmente uma ótima publicidade para nós” afirma Havelkova.
Este não é o único caso de tentativa de acabar com a exposição. Em 2010 o Supremo Tribunal francês já teria declarado que a exibição de restos do corpo humano era ilegal, acabando por fechar todas as exposições. O mesmo aconteceu em Israel e no Havai.