A febre do verão passado, que levou crianças e adultos numa caça obsessiva de criaturas, como Bellsprouts e Pikachus, chegando por vezes a correrem perigo, está deveras arrefecida. O Pokémon Go, que na altura rendeu cerca de 185 milhões de euros, no primeiro mês, serviu para a maior parte das pessoas familiarizar-se com os jogos de realidade aumentada. Agora o Pokémon Go já tem sucessor e chama-se Snatch – em vez de se apanharem criaturas, apanham-se prémios com valor monetário.
Lançado no mês passado no Reino Unido, Snatch já foi descarregado mais de 250 mil vezes. Está disponível para iPhone e Android e, em breve, chegará também aos Estados Unidos (primeiro em Nova Iorque), onde já teve a sua estreia na conferência South by Southwest, em Austin. Aí, os jogadores disputavam desde mochilas cheias com produtos de beleza a financiamentos para startups.
Na versão britânica os prémios incluem refeições gratuitas e subscrições de serviços de streaming, por exemplo. “Até agora 25 marcas assinaram um contrato, de um ano, para promoverem os seus produtos no jogo”, disse Phil Lloyd, responsável pelo marketing de Snatch. E já estão em negociações para mais parcerias, incluindo a gigante Unilever, adianta a Business Insider.
O único senão de Snatch é que o prémio não é obtido logo à primeira. Só ao fim de seis horas se sabe o vencedor. Pelo meio, as parcelas conseguidas podem ser roubadas por qualquer jogador. Existem várias ferramentas que os jogadores podem usar para proteger a dita parcela, que depois se podem comprar com a moeda do jogo. São tendas, capas invisíveis, ecrãs de fumo, baterias de emergência, buracos negros.
O grande atrativo do jogo prende-se com a disputa renhida ao longo de seis horas por determinada parcela. “A parte mais emocionante do jogo para as pessoas é fazer algo que não se deve fazer, como roubar outros”, diz Phil Lloyd. Lá diz o ditado que o fruto proibido é o mais apetecido.