Já acontece em resorts, em restaurantes (em que as crianças são impedidas de entrar), agora, também, cada vez mais companhias aéreas criam quiet zones, para impedir que o choro ou as brincadeiras dos miúdos perturbem o sossego dos restantes passageiros. Desta vez foi a IndiGo, companhia low cost da Índia, que anunciou zonas de silêncio, onde somente adultos podem viajar.
A atitude desta companhia, considerada por muitos discriminatória, criando a bordo uma espécie de apartheid infantil, não é inédita. Também companhias aéreas internacionais tomaram medidas neste sentido, nos últimos anos, como a Air Asia, Malaysia Airlines (proibiu que miúdos viajassem em primeira classe, em 2011) ou a Singapura Scoot Airlines (que criou, em 2013, a ScootinSilence, evitando que crianças com menos de dozes anos ocupassem zonas reservadas).
Todos conhecem as dificuldades que os mais pequenos têm em aguentar a pressão dos tímpanos, provocada pela alteração súbita de altitude, mas as companhias aéreas parecem mais sensíveis ao bem-estar das pessoas que viajam em negócios, que podem querer trabalhar ou fazer uma sesta e não serem perturbados com um choro de criança.
Situações destas de falta de tolerância e comprensão são sempre controversas, e ainda há semanas, um restaurante em São Paulo foi fortemente atacado, por na sua página do Facebook indicar que as crianças não eram bem-vindas, tal como – apontavam na fotografia – os cães.