Estudos científicos comprovaram a eficácia de anticoncecionais injectáveis masculinos para prevenir gravidezes não planeadas, mas, segundo revela um artigo recente do Independent, eles não toleram o desconforto dos efeitos secundários. Acontece que estes danos colaterais da pílula são os mesmos, há muito conhecidos por biliões de mulheres, em todo o mundo – depressão, dores musculares, acne, alterações de humor e da líbido, depressão, ansiedade… E isto, desde há mais de cinco décadas – a primeira pílula foi lançada em 1962.
Ao contrário das mulheres, os homens não se sentiram nada emancipados, com o poder de controlar – eles próprios – os riscos de uma gravidez indesejada. A comprovação científica de que um contraceptivo masculino injectável era eficaz, em 96% dos casos, não obteve o acolhimento esperado. Justamente porque eles não toleram os mesmos níveis de desconforto causados pelos danos colaterais que elas sentem todos os dias.
O resultado foi a suspensão da sua comercialização para investir mais milhões no aperfeiçoamento do medicamento e eliminação dos referidos efeitos desconfortáveis.
Ora, as mulheres estão mais do que familiarizadas com estes efeitos desagradáveis. E mais: há perigos sérios que muitas suportam, ao tomar a pílula combinada, nomeadamente o risco aumentado de AVC, cancro na mama e no colo do útero, o de trombose venosa profunda (que afeta duas em cada 10 mil mulheres) e que pode ser fatal. E no caso delas, a comunidade científica sempre considerou que os benefícios superavam os riscos.
No mesmo artigo do Independent questiona-se: E o que seria se os homens tivessem período? E elenca-se mais efeitos desagradáveis, associados à pílula, como seios doridos, dores de cabeça, menstruações dolorosas, sangramentos diários…