Chama-se Malia, é a filha mais velha do presidente dos EUA, Barack Obama, mas quando chegar à faculdade quer ser uma miúda como as outras. Ou seja, o pai já não ocupará o cargo mais alto da nação e já passou, como uma boa maioria de jovens norte-americanos, um ano fora da sala de aula.
Aos 17 anos, e depois de visitar várias universidades no país, Malia escolheu Harvard para prosseguir os estudos, tal como os pais fizeram, mas ainda não se sabe que curso escolheu. O que é já público é a sua decisão de só ingressar na universidade depois de ter outras experiências para lá da escola, ou seja, ter um gap year, e isso é uma opção que Harvard encoraja nos seus futuros alunos.
Viajar, trabalhar, ganhar experiências…
O conceito não tem tradução específica em Portugal – ano de intervalo poderá ser a mais consensual. Trata-se de um ano no qual se faz uma pausa na vida quotidiana, normalmente um ano letivo ou doze meses, e que se aproveita para outras atividade, preferencialmente fora do país.
As vantagens enumeradas pelos gappers (nome por que são conhecidos os jovens que o fazem ou já o fizeram) são imensas: o primeiro ponto é que quem vai é ainda um miúdo e quando volta já é um adulto ( “Vais crescer bastante”, lê-se na página do Gap Year Portugal). Depois, é uma opção que valoriza em muito o currículo (Cada vez mais empresas consideram que A Média das Notas Conta Mas não é Tudo, como escrevemos na VISÃO em setembro do ano passado). Além disso, espera-se que se aprenda a ser independente, que aceite a diferençaa com muito maior facilidade e respeito e que ganhe mais confiança em si próprio. Se tudo correr como se espera, volta-se com os horizontes abertos, depois de descobrir novos interesses e a dar valor a muito do que antes não se ligava e se dava por adquirido.
Portugueses convidados a fazer um ano de intervalo
A adesão nacional a este tipo de experiências tem crescido nos últimos anos, tanto que este ano, a Associação Gap Year Portugal está a promover a segunda edição de um concurso anual que oferece uma bolsa para viajar. Os felizes contemplados são um ou dois jovens que tenham concluído ou estejam a concluir o Ensino Secundário ou o Ensino Superior.
Os prémios vão desde os cinco mil euros, para quem concorrer individualmente, até aos 6 500 euros, para quem o fizer em pares. Em ambos os casos, as viagens de ida e volta são também oferecidas. O concurso destina-se a pessoas maiores de 18 e menores de 25.
Mas este ano, há outra oportunidade, lançada pela Nova School of Business e Economics (Nova SBE) que decidiu associar-se à Gap Year e promove uma iniciativa para os seus finalistas e candidatos a mestrado: assim, vai atribuir até 6 500 euros para financiar entre seis a dez meses de atividades e a viagem.
“O objetivo deste projeto é contribuir para a formação de cidadãos ativos e participativos permitindo aos nossos alunos entrar no Mestrado com uma experiência e maturidade acrescidas”, sublinha Ana Balcão Reis, presidente do Conselho Pedagógico da Nova SBE. O vencedor será anunciado no próximo dia 30 de junho de 2016.