Um estudo da Brock University, no Ontário, Canadá, concluiu que os pais têm uma espécie de “preconceito da verdade” inato no que toca aos descendentes, fazendo-os acreditar que são muito mais honestos do que na realidade.
Os números falam por si: os pais descobrem apenas uma em cada dez mentiras da prole, enquanto estranhos conseguem fazê-lo 40% das vezes.
Para a investigação, foi pedido a 72 pais que vissem vídeos com os seus filhos e decidissem se estavam ou não a dizer a verdade- Os mesmos vídeos foram depois mostrados a estudantes sem filhos e outros pais cujas crianças não faziam parte da experiência.
Detetar a verdade não parece difícil: os pais conseguiram dizer acertadamente que os seus filhos estavam a dizer a verdade em 90% dos casos. Já detetar uma mentira revelou-se mais difícil: apenas 8 por cento. Mas quando os avaliadores eram os estudantes e outros pais, a taxa de deteção das mentiras foi quatro vezes superior.
“Estas descobertas, avaliadas em conjunto, sugerem que a relação próxima dos pais com as suas crianças pode ser relacionada com um preconceito que os leva a acreditar nos filhos e, por conseguinte, a falharem na deteção das suas mentiras”, explica a responsável pelo estudo, Angela Evans.
A investigação, publicada no Journal of Experimental Child Psychology, conclui que esta ideia pré-concebida leva os pais a suspeitarem menos dos seus filhos, permitindo-lhes enganarem-nos com facilidade.