Um dos incêndios passou pelo “perímetro urbano da cidade” e “colocou em causa 150 habitações”, o que levou à retirada de “idosos e crianças”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara, João Azevedo, afirmando considerar a “situação catastrófica”.
Para o autarca, o caso “é de grande exceção”, pelo que está a ser ponderado “um pedido de declaração de calamidade pública em Mangualde”.
De acordo com João Azevedo, já arderam “umas centenas largas de hectares do concelho”, estando “em perigo a aldeia de Mesquitela e a zona da estação de Mangualde”, o que também levou à retirada de algumas pessoas desses locais.
“O mais estranho é que este incêndio tenha sido projetado para dentro da cidade de Mangualde”, referiu, considerando que se as chamas não forem combatidas “durante o dia, teremos uma noite de inferno”.
De momento, as zonas de maior dificuldade de combate às chamas são “em Mesquitela e Cunha Alta”, acrescentou.
Os Bombeiros Voluntários de Mangualde já lançaram um apelo à população para levar bens essenciais ao quartel, “como sumos, água, sandes e fruta”, para ajudar os homens que combatem os incêndios no terreno, refere uma nota da Câmara Municipal.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil informa na sua página que estão 240 operacionais no terreno, apoiados por 71 viaturas e dois meios aéreos.
Os três incêndios que lavram em Mangualde começaram entre as 12:00 e as 12:30, sendo que “estão próximos” uns dos outros, explicou fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Viseu.
Um dos fogos em Mangualde levou ao encerramento da linha férrea da Beira Alta.
Segundo o gabinete de comunicação da Infraestruturas de Portugal, a linha foi cortada entre Nelas e Contenças.
Fonte da Comboios de Portugal (CP) referiu que está a ser garantido o transbordo rodoviário entre Nelas e Fornos de Algodres, sendo que todos os comboios, regionais e intercidades, que fazem aquela linha estão retidos.