Travis Bradberry, premiado co-autor do best-seller Emotional Intelligence 2.0, interessou-se pelas mentes mais criativas da história para tentar identificar algumas estratégias que o ajudassem a expandir a sua própria produtividade criativa. Eis alguns dos truques que descobriu:
Acordar cedo
Nem todos eram madrugadores. Franz Kafka era um dos que ficava até tarde a escrever. E a rotina de William Styron, autor da “Escolha de Sofia”, era acordar ao meio-dia e ficar mais uma hora na cama para pensar.
Já Benjamin Franklin, Howard Schultz e Ernest Hemmingway pertencem ao grupo dos madrugadores. Benjamin Franklin acordava cedo para planear o seu dia, enquanto Howard Schultz, CEO da cadeia dos cafés Starbucks, usa o seu tempo matinal para enviar cartas motivacionais aos seus empregados. O autor do livro Por Quem os Sinos Dobram, Ernest Hemmingway, acordava às cindo da manhã para evitar as distrações.
“O truque”, diz Travis Bradberry, “é manter uma rotina de acordar cedo, evitando as sestas. Eventualmente vamos dormir mais cedo para compensar o sono perdido. Pode custar ao início, “mas vamo-nos habituando, e antes de nos apercebermos, já fazemos parte do grupo dos madrugadores criativos” incentiva Travis.
Fazer exercício
Há inúmeros benefícios provenientes da prática de exercício físico. A criatividade é um deles. Ficamos bem dispostos, concentrados e produtivos. Um estudo da Universidade de Stanford concluiu que 90% das pessoas são mais criativas depois de fazer exercício.
Richard Branson, fundador da Virgin, corre todas as manhãs e os compositores Beethoven e Tchaikovsky faziam a sua caminhada matinal.
Cumprir um horário rigoroso
“É um erro comum pensar, que para ser criativo, temos de viver a vida sem pressões e sem sentido de fazer algo por necessidade”, diz Travis. Hábitos de muitos dos criativos sugerem mesmo um dia bem organizado. Como defende o psicólogo William James, considerado o “Pai da Psicologia Americana”, ao ter um horário bem organizado conseguimos “libertar as nossas mentes para outra realidade bem interessante.”
Manter o emprego
Ter um emprego estável permite ter alguma segurança financeira para criar livremente. Também acrescentam estrutura à rotina diária. O escritor Stephen King era professor quando lançou os seus melhores livros. Jacob Arabo trabalhava numa joalharia enquanto desenhava as suas. Hoje é um designer de joias bem sucedidas. William Faulkner, escritor trabalhava numa central nuclear enquanto escrevia As I Lay Dying. Philip Glass era músico a part-time e canalizador a tempo inteiro.
Aprender a trabalhar em qualquer lugar a qualquer hora
Estar num só sítio pode tornar-se num entrave à criatividade. O autor sugere mudar de ambiente, pois “é mais benéfico para a criação e a produtividade.” Elwin Brooks White, autor da Teia da Carlota, dizia: “Um escritor que espera pelas condições ideais para trabalhar vai morrer sem ter escrito uma única palavra no papel.”
Steve Jobs fundou a Apple na garagem da mãe. JK Rowling escreveu as suas primeiras ideias, para os livros do “Harry Potter”, num comboio enquanto dormia uma sesta. Travis Bradberry deixa o conselho. “Quando tiverem uma ideia criativa, não esperem, ponham-na em ação o mais cedo possível. Gravar essa “faísca” de criatividade poderá vir a ser a base de uma coisa real.”
Aprender que o bloqueio criativo é apenas procrastinação
“Não acredito em bloqueios de escritores. Pensem nisto – quando estavam com um trabalho para entregar na universidade, nunca o conseguiram acabar na noite da véspera da entrega? O bloqueio do escritor é ter demasiado tempo nas mãos”, sumariza a autora de ficção Jodi Picoult.
“Podem não escrever bem sempre, mas escrevam. Podem sempre editar uma má página, mas nunca vão poder editar uma página em branco.”
Travis Bradberry deixa um último conselho a todos que têm problemas de criatividade. “Dêem uma oportunidade a estas seis estratégias e vejam o que elas podem fazer por vocês”.