Numa coisa os especialistas são unânimes: uma taça é um copo terrível para beber champanhe e as razões vão desde a dificuldade na carbonação até ao aquecimento provocado pelas mãos. Nesse caso, a flute, com o seu pé alto e formato alongado, parece o copo ideal, certo? Errado. Antonio Galloni, críticos de vinhos e fundador do site Vinous dá voz à opinião partilhada por muitos enólogos: “Se formos ao Cristal ou Krug ou Dom Pérignon, nenhum produtor de vinho nos vai dizer ‘Aqui está o meu vinho, prove-o numa flute’. Não é usada de todo.”
“Um ótimo champanhe não pode oferecer toda a sua expressão num copo estreito”, corrobora Olivier Krug, da prestigiada casa Krug, ouvido pela Bloomerg.
Cédric Bouchard, nomeado melhor produtor de champanhe em 2008, reconhece, por sua vez, que a flute permite exibir o espetáculo oferecido pelas bolhas que sobem. “Mas não permite ao aroma sair nem ao vinho respirar”, contrapõe.
Como se deve então beber champanhe? No artigo dedicado ao tema, a Bloomerg leva-nos até Itália, um dos maiores consumidores de champanhe do mundo, onde a bebida é sempre servida… num copo de vinho.
Galloni resume que se trata de “reconhecer que champanhe é vinho”. Então, para um champanhe “blanc de blancs” (feito exclusivamente a partir de uvas brancas), o especialista usa um copo de vinho branco. Para um champanhe tinto ou feito a partir de uvas tintas (o “blanc de noires”), o copo de vinho correspondente.
“Se bebermos um vinho realmente bom de uma flute é como usar um sapato pequeno demais”, resume.