VEJA A GALERIA DOS 100 ANOS DO TITANIC NO FINAL DO TEXTO
Na noite de sábado, 14, para domingo, 15, milhares de pessoas juntam-se para recordar a tragédia que assombrou os mares do Atlântico Norte em 1912. A viagem inaugural do maior e mais luxuoso cruzeiro da época acabaria por ser fatal para mais de 1 500 pessoas, quatro dias depois de ter saído do porto inglês de Southampton em direção a Nova Iorque. Quase metade de quem ia a bordo… O choque contra um icebergue provocou o seu afundamento em apenas duas horas e 40 minutos. A tragédia, os relatos dos sobreviventes e as investigações e histórias criadas à volta do Titanic continuam, hoje, a fazer correr muita tinta, euros e dólares… Seguem-se exemplos elucidativos.
1 – Para começar, 1,3 mil milhões…
Quinze anos depois de James Cameron ter estreado, nos ecrãs, o segundo filme mais visto de todos os tempos, com receitas da ordem dos 1,3 mil milhões de euros, o realizador regressa à ribalta com a transposição de Titanic para a versão 3D. Apesar de ainda ser cedo para avaliar o desempenho da novidade, só nos primeiros cinco dias de exibição nos EUA o filme rendeu 19,6 milhões de euros, quase o dobro do que foi gasto na modernização da película. Em Portugal, estreou-se no passado dia 5. O filme, vencedor de 11 Oscars, não é, no entanto, inédito. Desde os anos 1940, têm chegado às salas de cinema dezenas de versões do naufrágio.
2 – ‘Overdose’ de centenário
A efeméride do naufrágio tem sido, sem surpresa, largamente aproveitada para vender todo o tipo de produtos associados ao luxuoso paquete. Nos sites dedicados ao Titanic, é possível encontrar diferentes peças de joalharia como pins, brincos ou pulseiras. Também há moedas e medalhas de colecionador, canecas, T-shirts ou o programa das comemorações oficiais.
3 – Museus em competição
Exposições itinerantes, permanentes, museus grandes ou pequenos. Nos dois lados do Atlântico, continuam a surgir novos projetos dedicados ao fatídico cruzeiro. Em Massachusetts, nos EUA, o Titanic Museum, da Sociedade Histórica do Titanic, reúne, por exemplo, artefactos pertencentes aos passageiros e tripulantes, e até algumas das plantas originais do navio, recriando, assim, o ambiente do paquete. Ainda nos EUA, em Missouri, o Titanic Museum Branson está ancorado na água, para dar a ilusão de ter o barco no mar. Ao longo de 90 minutos, os visitantes percorrem uma réplica do Titanic, recebendo informações sobre o navio e quem nele seguia. Cada bilhete de entrada corresponde a um talão de embarque, com os dados de um dos passageiros, o que ajuda a transportar o visitante para a época. Já na Irlanda do Norte acaba de abrir portas o Titanic Belfast, obviamente dedicado à história do mítico paquete. Demorou três anos a ficar pronto, custou 120 milhões de euros e está localizado no porto, próximo do estaleiro onde foi construído o verdadeiro Titanic.
4 – Feira online
No site www.titanic1.org, por exemplo, é possível encomendar uma reedição do serviço de jantar servido no restaurante de primeira classe do Titanic. Fabricado em porcelana da China, pela mesma empresa que tinha fornecido o serviço original, é vendido juntamente com o menu respetivo e custa cerca de 660 euros. Modelos em kit, para construir, guardanapos com o símbolo do navio, as ementas ou reimpressões de jornais da época são outros produtos à venda.
5 – E Céline faturou
Celebrizada por uma cena do filme de James Cameron, a canção Nearer, My God, To Thee – que os sete músicos da orquestra do Titanic tocam no deck do navio, enquanto o paquete se afunda, procurando, assim, acalmar os passageiros que se mantinham a bordo – tornou-se indissociável da tragédia. Embora as opiniões se dividam quanto à música tocada, testemunhas confirmaram a veracidade da atuação da banda. Mas seria My Heart Will Go On, cantada por Céline Dion e tema forte da película, a somar mais de 15 milhões de cópias vendidas e, em 1998, a conquistar o Oscar respetivo. A revista da especialidade Rolling Stone, essa, classificaria a canção como uma das piores dos anos 1990.
6 – Maná para a TV
Na evocação dos cem anos do naufrágio, a SIC exibe, pelas 16 horas do próximo dia 15, uma minissérie dedicada ao Titanic. Já a RTP preencheu esta semana com outra minissérie, de 1996, e um documentário, produzido em 2011, que escrutina as razões da tragédia. No cabo, o National Geographic preparou um conjunto de documentários sobre o tema – James Cameron: O Regresso do Titanic, Salvar o Titanic e Titanic: Caso Encerrado, que têm passado durante esta semana e, numa maratona especial, serão exibidos no domingo, 15, a partir das 22 e 30. Ao longo do mês, também a BBC estreia uma minissérie de 12 episódios, Titanic: Blood and Steel, e passa o filme Titanic – que não é de Cameron.
7 – Um leilão, 146 milhões…
Embora pontualmente decorram leilões de objetos pertencentes ao navio ou aos seus passageiros, este mês, em Nova Iorque, ainda sem data marcada, acontecerá uma licitação única, com 5 500 objetos resgatados do Titanic e hoje avaliados em 146 milhões de euros. A coleção, que inclui porcelanas chinesas, mobiliário e peças do paquete, não pode ser vendida de forma separada, por estar classificada como tesouro internacional.
8 – ‘Balmoral’ a fazer de ‘Titanic’
Cem anos depois, um luxuoso cruzeiro zarpou para Nova Iorque, do porto inglês de Southampton, com 1 300 passageiros, muitos deles descendentes das vítimas e dos sobreviventes do naufrágio. O Balmoral seguirá a mesma rota planeada para o Titanic, procurando reviver momentos da viagem. No domingo, 15, quando se encontrar no local onde ocorreu a tragédia, os seus passageiros prestarão homenagem às vítimas. Ao longo da viagem, os turistas, que começaram a comprar esta passagem transatlântica há dois anos, vão ser brindados com a música tocada na época e os menus originais. Custo: entre 3 387 euros e 7 255 euros por pessoa. O local do naufrágio tem sido também alvo de numerosas expedições, muitas delas em busca dos “tesouros” do cruzeiro, razão pela qual a UNESCO declarou, recentemente, os destroços do Titanic como objetos protegidos, do património cultural subaquático.
9 – Livros aos montes
Biografias, testemunhos de sobreviventes, pesquisas, retratos históricos. O tema tem servido de inspiração a dezenas de escritores e investigadores, enchendo as prateleiras com romances ou descobertas. Agora, no centenário, surge uma edição limitada, com relatos de órfãos do Titanic.
10 – ‘Primus inter pares’
A primeira organização mundial dedicada ao navio nasceu em 1962, em Massachusetts, EUA. Trata-se da Sociedade Histórica do Titanic, que tem como objetivo preservar e divulgar a memória do paquete. É responsável pelo Museu Titanic, em Springfield, e a organização de eventos anuais dedicados ao tema. Entre os seus membros, estão historiadores e artistas, que, em parceria, têm trabalhado em projetos de documentários da National Geographic e do realizador James Cameron. Quem chegou primeiro, merece destaque.