Há semanas que Alexandra Leitão começou a entusiasmar-se com uma candidatura a Lisboa. A ideia de passar para um cargo executivo é muito apelativa para quem, contam os mais próximos, foi sobretudo feliz como secretária de Estado da Educação, a altura em que teve mais as “mãos na massa”. “É uma fazedora”, resume um dirigente socialista, lembrando que a experiência como ministra, muito dominada pela pandemia e pela mão férrea das Finanças sobre a administração pública, não lhe deu tantas alegrias. Mas o entusiasmo de Alexandra não foi o único fator que fez Pedro Nuno Santos decidir-se, depois de a escolha ter ficado entre Leitão e Mariana Vieira da Silva. O PS investiu muito em sondagens internas e focus groups para estudar níveis de notoriedade, mas também os melhores perfis para bater Carlos Moedas. “Foi tudo muito estudado em Lisboa”, diz à VISÃO um membro do Secretariado Nacional do PS, explicando que o investimento para avaliar os possíveis candidatos à câmara ficou muito acima do que foi feito para qualquer outro ponto do País.
“Assertividade, capacidade de fazer e seriedade” são, segundo a mesma fonte, as características mais fortes de Alexandra Leitão aos olhos dos painéis que participaram nestes estudos. Os socialistas vão tentar apresentar Leitão como um contraponto a Carlos Moedas, apostando na ideia de que o autarca social-democrata “não ganhou um voto” desde que foi eleito, com o mandato marcado por problemas na higiene urbana, na mobilidade e na habitação. “Para ganhar Lisboa, tem de haver uma conjugação de fatores. O principal é como é avaliado Moedas”, acrescenta Pedro Vaz, que tem estado com o dossier autárquico na cúpula do PS e que diz que, anunciada a candidata, há “um trabalho a fazer” para construir coligações que incluam o BE, o Livre e os Cidadãos Por Lisboa, que nunca será a “frente de esquerda” que Rui Tavares queria contra Moedas. “Não usamos a expressão frente de esquerda. Estamos a falar de uma coligação e de um projeto político progressista para a cidade.”